Mãe dá continuidade a projeto de Natal após morte da filha no litoral de SP: 'É uma parte dela'
Projeto 'Doce Júlia' visa arrecadar brinquedos para crianças carentes em datas comemorativas
Aos cinco anos de idade, a moradora de Itanhaém Júlia Bibiano iniciou um projeto de natal, com o intuito de presentear crianças carentes nas áreas mais remotas da cidade. O projeto mobilizou a jovem até os 12 anos. Porém, em 2017, Júlia faleceu em decorrência de um aneurisma cerebral.
Embora a perda tenha mexido com a família, a mãe da jovem resolveu transformar toda a dor em amor, para continuar o projeto da filha. Foi então que Vânia Bibiano renomeou o projeto para 'Doce Júlia'.
Vânia decidiu reunir kits de natal para que o projeto só ganhasse mais força. Juntou os pertences da filha para dar aos mais necessitados e passou a mobilizar outras pessoas, inclusive de outras cidades da região. "Esse projeto pra mim é muito importante. É o meu natal, pois cada sorriso de criança que a gente vê ao entregar os presentes é gratificante. Pra mim é a Júlia entregando, é uma parte dela. Ela me ensinou o que é o amor e o que é a caridade. Por isso, a gente precisa doar em vida. Meu filho [irmão de Júlia] e esse projeto movem a minha vida, me enriquecem", diz.
Apesar das doações terem diminuído com a pandemia, Vânia não desanima. Ano passado o projeto arrecadou cerca de 500 brinquedos para o natal. Este ano, o número de brinquedos chegou a 100. Porém, Vânia explica que independente do número de brinquedos, as arrecadações estão abertas durante o ano todo, e podem ser tanto de brinquedos quanto de roupas e alimentos. Este ano, a família pretende entregar tudo no dia 21 de dezembro.
Júlia também tinha o sonho de ser bailarina. Estudou balé por sete anos e na época do aneurisma ela estava prestes a viajar para Portugal. Por conta das ações e desse outro sonho de Júlia, a Rua da casa da família, que antigamente se chamava Rua "A" se tornou Rua Bailarina Júlia Bibiano. Para a família, foi outra conquista muito emocionante, que reforça a importância do projeto e do legado que Júlia deixou.
Agora, Vânia espera que o projeto prospere ainda mais, para que o desejo da filha continue se propagando, principalmente após um ano tão difícil com a pandemia "A gente quer que essa corrente e esse legado não acabe. Há quatro anos a Julinha se foi e eu comecei a fazer o que ela fazia. É uma ação do coração. Eu resolvi transformar toda a dor em amor".
Quem quiser contribuir com o projeto pode entrar em contato com a Vânia pelo telefone (13) 99712-4916.