Cafema defende mudança em Mongaguá: 'Não podemos passar novamente por um vexame nacional'
Presidente da Câmara fala sobre a construção de sua candidatura a chefe do Legislativo municipal, perspectivas para o biênio e projetos prioritários para a cidade
O vereador Carlos Jacó Rocha, o Carlos Cafema (PRP), é o atual presidente da Câmara de Mongaguá. Sua eleição, no entanto, não foi simples. Foram necessárias duas sessões para que o parlamentar fosse levado à posição de chefe do Executivo mongaguense.
A primeira votação foi interrompida após um tumulto, que gerou falta de segurança no plenário. Na segunda, Cafema venceu, por 7 votos a 6, Luiz Berbiz de Oliveira, o Tubarão (SD). Detalhe: o próprio opositor votou no representante do PRP.
Agora, na presidência da Casa de Leis, o parlamentar defende a mudança na política de Mongaguá. "Não podemos passar novamente por um vexame nacional", disse o vereador, ao citar o episódio que culminou na prisão do então prefeito Arthur Parada Prócida.
Além disso, Carlos Cafema fala sobre as prioridades do Legislativo para esse ano, e sobre projetos que julga prioritários para o munípicio em áreas como saúde e infraestrutura.
AT - Quais serão as prioridades da Mesa Diretora neste biênio?
Carlos Cafema- A prioridade será estruturar a Câmara de Mongaguá, que sempre foi desorganizada, e não havia empenho por parte dos ex-presidentes. Vou fazer uma administração aberta e com valores empresariais, trocar o sistema legislativo, que deixou abertas opções para que houvesse o rombo nos cofres da Câmara, de quase R$ 1 milhão, e chamaremos os concursados para os cargos administrativos, como já estou fazendo. Chamamos cinco concursados para diferentes áreas.
AT - Muito se fala em Mongaguá e nas cidades do Litoral Sul, de maneira geral, da necessidade de se gerar empregos. Como a Câmara pode auxiliar nesse processo?
Cafema - Nossa Câmara quer muito que a cidade cresça. Os vereadores vão ajudar, aprovando projetos que forem enviados pelo atual prefeito e necessitem de nossa apreciação, tais como formas de incentivo que atraiam empresas e empreendedores para a nossa cidade, fornecendo isenção de impostos por alguns anos, até que a empresa se estabeleça firmemente em Mongaguá.
AT - Quais outras demandas que o senhor julga prioritárias para Mongaguá?
Cafema - Acredito que as mais importantes, hoje, seriam a reabertura da maternidade e dar mais ênfase aos bairros, por meio da infraestrutura de necessidades básicas, como rede de esgoto, calçamento de ruas, afinal, já tem mais de dez anos que não há o calçamento de várias ruas, por exemplo, no Jardim Leonor, Jussara, Itaguaí e Vila Atlântica. Essencial, também, é a abertura da Farmácia Municipal, instalação de uma base da Guarda Municipal e um banco em Agenor de Campos, visando suprir as necessidades dos moradores da região. O que acontece, hoje, é que os moradores dos bairros mais afastados têm que se deslocar para o Centro de Mongaguá para ir em um banco.
AT - Como o senhor espera que seja a relação com o Executivo?
Cafema - A relação com o Executivo vai ser de extrema cobrança e fiscalização. Não podemos passar novamente por um vexame nacional, onde foi encontrado mais de 5 milhões na casa do antigo prefeito. No que depender desta Casa de Leis, só iremos aprovar propostas de interesse público, que vierem com os devidos demonstrativos, e não do jeito que acontece, com projetos de urgência incompletos que apresentam assuntos ocultos.
AT - Como se deu a construção da sua candidatura à presidência da Câmara?
Cafema - Foi após a eleição para prefeito que teve na cidade, e que não foi validada por imbróglios jurídicos. Conversei com os seis vereadores que fazem oposição ao atual prefeito, e chegamos a uma definição, que por sinal não foi fácil, pois todos sabemos que quem é vereador já pensou em ser presidente da Câmara um dia.
AT - A eleição foi conturbada, com a primeira votação sendo suspensa. O senhor teme que o clima criado pelo pleito possa prejudicar o andamento do Legislativo?
Cafema - Os vereadores do lado do atual prefeito tentaram, de qualquer maneira, tirar a presidência de mim, mas, por fim, deu tudo certo. Não teremos complicações no andamento do Legislativo, pois iremos tocar a Casa com punhos fortes e não deixaremos que as sessões sejam como eles (funcionários e fornecedores a mando do prefeito) faziam antigamente.
AT - Uma situação inusitada foi o fato de parte dos parlamentares votarem no vereador Tubarão, sendo que o mesmo não votou em si para a presidência da Casa. Como o senhor avaliou essa situação?
Cafema - Acredito que nós já fomos com um objetivo certo do que tínhamos conversado, e eu acreditei que, em nenhum momento, eles iriam mudar. Os votos que vieram dos vereadores que blindaram o prefeito e o ex-prefeito nos processos de cassação não seriam vistos com bons olhos pela população, que já está cansada de sofrer com essa política velha de perseguição e manipulação que existe na nossa cidade. Queremos a mudança.
AT - Durante o seu discurso de posse, o senhor ressaltou que este grupo eleito estaria junto nas eleições de 2020, numa possível candidatura de Rodrigo Casa Branca. O pleito municipal pode vir a intervir nos trabalhos legislativos?
Cafema - O pleito municipal não irá, em momento algum, intervir nos trabalhos da Casa, afinal, já começamos a demonstrar como os funcionários devem impor seu ritmo de trabalho. Como já disse anteriormente, nós iremos gerir a Câmara, e em nenhum momento iremos abandonar nossos trabalhos.
AT - O que os munícipes podem esperar do senhor como presidente da Câmara de Mongaguá?
Cafema - Podem ter certeza que sou uma pessoa honesta e trabalhadora, que não depende da política, pois trabalho no ramo da construção civil há mais de 20 anos. Sou engenheiro civil e pós-graduado em Segurança do Trabalho. Estou na política para trabalhar pela população e por nossa cidade, buscando que haja o crescimento de nosso querido município e ajudar com o que eu puder para o desenvolvimento de Mongaguá.