Às vésperas de feriado, biólogo faz alerta sobre faixa de lama em praia do litoral de SP; VÍDEO

Com a proximidade do Dia de Finados e chegada de turistas, especialista recomenda cautela

Por: Ágata Luz  -  28/10/21  -  16:09
 Lama ocupa cerca de três quilômetros de praia em Peruíbe desde segunda-feira (25
Lama ocupa cerca de três quilômetros de praia em Peruíbe desde segunda-feira (25   Foto: Zé de Matos/Soulperuibe

A faixa de lama que ocupa cerca de três quilômetros de praia em Peruíbe desde segunda-feira (25) permanece intrigando moradores às vésperas do feriado prolongado do Dia de Finados. O biólogo Thiago Augusto do Nascimento, de 41 anos, explica que ela tende a diminuir assim que houver uma redução no volume de chuvas na região, mas recomenda cautela à população e faz um alerta sobre eventuais contatos com o material.


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O professor aposentado José de Matos, de 71 anos, mora em Peruíbe e esteve na região da orla próxima ao Centro da Cidade nesta quinta-feira (28) e fez fotos e vídeos do fenômeno. De acordo com ele, a lama toma conta de cerca de três quilômetros e está concentrada no trecho próximo ao Rio Preto. “À medida em que se afasta do Rio Preto, ela vai diminuindo”.


Em conversa com A Tribuna, o biólogo e presidente do Instituto Ambiecco, Thiago Augusto do Nascimento, relata que o acúmulo de lama já ocorreu em outras oportunidades nas praias do Município e é necessário cuidado por parte da população, pois o material pode conter coliformes fecais.


"Eu não colocaria meus filhos na lama e não mexeria nela. Não que haja grandes problemas, caso alguém pise nesse material, mas se você entrar na lama e houver contato (posterior) com a boca, por exemplo, pode se contaminar. Essa lama pode ter coliformes fecais e há ainda a contaminação da própria areia da praia".



Segundo Thiago, a aparição da lama é motivada por questões oceanográficas, meteorológicas e antrópicas (ação do homem sobre o meio ambiente). “O solo fica muito úmido com as chuvas e o processo de erosão e assoreamento do rio são agravados”, explica, relatando que a mata do mangue do Rio Preto sofreu importantes alterações devido ao desmatamento das margens do rio e à construção de residências próximas.


Desta forma, a lama fica na barra do rio. Em épocas de chuva, o mar fica revolto e as correntes marítimas ajudam a espalhar lama, outros sedimentos e até lixo pela faixa de areia. “Naturalmente isso vai embora, mas algumas vezes a Prefeitura tem que intervir".


Questionada sobre a presença da lama na faixa de areia e a proximidade do feriado prolongado de Finados, que deve atrair milhares de turistas à Cidade, a Prefeitura de Peruíbe informou que não fará intervenções na orla, pois de acordo com a equipe técnica o fenômeno não está causando dano ambiental.


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