Aeroporto de Itanhaém deve ter voo comercial já em 2020
Concessionária VoaSP, responsável pelo Aeroporto Estadual Antônio Ribeiro Nogueira Jr, pedirá autorização à Anac
Em até 90 dias, a concessionária do Aeroporto Estadual Antônio Ribeiro Nogueira Jr, em Itanhaém, espera finalizar a documentação com a qual espera credenciar o espaço a receber voos comerciais regulares. A empresa anunciou quinta-feira (5) planos de investimento de cerca de R$ 3 milhões a fim de receber aviões de médio e grande portes a partir do próximo ano.
O presidente da VoaSP, Marcel Moure, disse também ter iniciado entendimentos com companhias aéreas nacionais e internacionais de baixo custo para incluir o Litoral Sul em trajetos nacionais. Ele anunciou as novidades quinta de manhã, na reinauguração do terminal de passageiros do aeródromo, que poderá receber até 300 passageiros ao mesmo tempo.
Foi o primeiro investimento da empresa após assumir a gestão do local, em 2017. “No início de 2020, estaremos com o aeroporto operando comercialmente. Apresentamos condições para voos nacionais e internacionais”, diz Moure.
Desde abril do ano passado, quando a Petrobras transferiu sua base offshore para o Aeroporto de Jacarepaguá, no Rio de Janeiro, o de Itanhaém se destina a aeroclubes e aviões fretados. Porém, a VoaSP espera transformar o equipamento em um centro de conexão (hub aeroviário) com outros aeroportos regionais paulistas e nacionais.
O presidente da empresa espera que, até novembro, dê entrada na Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) com o pedido de homologação da pista para aviação comercial. Com isso, o aeroporto poderá receber trajetos regulares. “As dimensões [do complexo] comportam receber simultaneamente dois aviões Boeing 737-800 [entre 100 e 150 passageiros] ou quatro ATR [de 68 a 80 passageiros]”, diz.
A intenção é incluir Itanhaém no projeto, do governo estadual, de ampliação da malha aérea paulista. Ao menos 70 rotas devem ser criadas com a redução da alíquota sobre o querosene de aviação, de 25% para 12%. Como contrapartida, as companhias aéreas oferecerão mais voos a partir de aeroportos paulistas.
“Estamos a 100 quilômetro da Capital do estado e a 57 quilômetros de Santos. São menos de 30 minutos do Concais [terminal de passageiros de navios]. Não restam dúvidas de que o aeroporto de Itanhaém ajudará a ditar o crescimento regional, com a geração de novos postos de trabalho”, resume o prefeito em exercício, Tiago Cervantes (PSD).
Investimentos
Segundo Marcel Moure, os R$ 3 milhões a serem investidos em Itanhaém vão aparelhar o aeroporto para auxiliar os pilotos em pousos e decolagens, em especial com chuva intensa ou baixa visibilidade. Para reduzir os custos, a torre de controle será operada de forma remota, a partir da sede da VoaSP, em Jundiaí.
Se a demanda, a torre poderá ser operada de Itanhaém mesmo. “Temos uma pista de 1.350 metros e ao nível do mar. Temos as mesmas medidas [de pista] do [aeroporto internacional] Santos Dumont, no Rio de Janeiro. Itanhaém tem instalações que não devem nada a aeroportos internacionais dos Estados Unidos e do Reino Unido”.
Para o presidente, não haverá conflito com o futuro aeroporto em Guarujá. Diz que os dois espaços comerciais podem operar de forma conjunta. “Os dois [complexos] não concorrem entre si, mas se completam. Há uma demanda muito grande. Para este ano, a expectativa é de crescimento de 3% a 5% no setor”.
A VoaSP também tem a concessão dos aeroportos de Bragança Paulista, Campinas, Jundiaí e Ubatuba.