Homem atingido por raio perde braços e tenta reformar a casa no litoral de SP

A Tribuna entrou em contato com Jefferson da Silva, que mora em Ilhabela e conta com doações para ter casa adaptada

Por: ATribuna.com.br  -  18/08/21  -  10:07
 Jefferson da Silva, de 29 anos, passou por diversos momentos de dificuldades em sua vida e, hoje, sonha com casa adaptada em Ilhabela
Jefferson da Silva, de 29 anos, passou por diversos momentos de dificuldades em sua vida e, hoje, sonha com casa adaptada em Ilhabela   Foto: Arquivo pessoal

O morador de Ilhabela, litoral de São Paulo, Jefferson da Silva Souza, de 29 anos, superou diversos obstáculos ao longo de sua vida, como a perda dos braços após queimaduras sofridas por conta da descarga de um raio, uso de drogas e prisão por mais de dois anos por conta de denúncias de tráfico. A reportagem de A Tribuna entrou em contato com o homem, que hoje está reabilitado e revela que conta com ajuda enviada através de ações solidárias para se manter e, usando apenas os pés, reforma sua residência e sonha em ‘adaptá-la’ de acordo com suas necessidades.


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De acordo com o seu relato, quando tinha 13 anos, ajudou alguns vizinhos com a mudança e, após concluir o ‘serviço’, seguiu rumo à sua casa. No caminho, encontrou “barras de ferro” e brincou com elas. O dia estava chuvoso e, pouco antes de chegar em sua residência, avistou alguns amigos brincando em um pé de manga. “Sugeri que fossem embora por conta da chuva”, explica. “Continuei ‘subindo’ pra casa e, em determinado momento, que não me recordo bem, tomei uma descarga de 13 mil volts. Desmaiei na hora”.


Silva revelou que não lembra se as barras ‘atraíram’ a descarga de energia ou se encostou os objetos em algum local já energizado. Na entrevista, o homem contou que assim que acordou, percebeu estar na chuva. “Tentei levantar e as pernas, que não responderam, os braços também não. Uma grande aflição veio e, quando olhei, vi que estava com o corpo queimado, sem movimentos”, cita. “Lembrei dos meninos e comecei a gritar pedindo ajuda. Eles desceram e viram meu estado, um foi chamar a ambulância e outro foi procurar a minha família”.


O homem descreveu também o tratamento dentro do hospital. “Removeram o máximo de peles queimadas, tentaram salvar meu braço direito, pois o esquerdo já não dava mais. O osso do braço direito havia secado muito com o choque e quebrou na tentativa de salvá-lo. Me transferiram para um hospital de queimados. Passei seis meses em recuperação e adaptação. Minhas pernas ficaram ‘ok’ e eu estava vivo, porém sem os braços”, relata.


Silva contou também que o início da adaptação foi feita com a ajuda de enfermeiras, mas logo depois precisou se adaptar sozinho, situação que também foi complicada. “Confesso que a depressão e vontade de tirar minha vida foram imensas por conta das dificuldades”.


Um novo obstáculo apareceu em seu caminho aos 16 anos de idade, quando sua mãe faleceu por conta de um câncer. Na sequência, afirma ter passado por um dos períodos mais conturbados de sua vida, que teve uso de diversos tipos de drogas e até o decreto de prisão por sete anos por conta de denúncia de tráfico de drogas. “Fiquei quase três anos preso, saí por bom comportamento para honra e glória de Deus”, lembra.


Silva afirmou que, hoje, em uma nova vida, possui uma residência no bairro Itaguaçu e, como está desempregado no momento, vive com o auxílio de sua irmã e de doações. Os interessados em ajudá-lo podem entrar em contato por meio do número (12) 99144-3506.


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