Vereadores de Guarujá terão 90 dias para analisar novo pedido de impeachment contra Válter Suman
Prefeito afastado é investigado pela Polícia Federal por desvio de recursos públicos
![Suman foi afastado do cargo após operação da Polícia Federal](http://atribuna.inf.br/storage/Cidades/Guarujá/censurado4473751210654.webp)
A Comissão Processante da Câmara dos Vereadores de Guarujá ouviu, na manhã desta segunda-feira (23), o engenheiro José Manoel Ferreira Gonçalves, autor do novo pedido de impeachment contra o prefeito afastado Válter Suman (PSDB). Agora, os vereadores terão até 90 dias para analisar o processo.
Gonçalves já havia entrado com um pedido de cassação no ano passado, após Suman ser investigado pela Polícia Federal (PF) por desvio de dinheiro público. O pedido foi arquivado no dia 16 de dezembro. Na ocasião, 11 vereadores votaram pelo arquivamento e 5 se posicionaram de forma positiva ao impeachment.
Agora, após Suman ser afastado da Prefeitura pela Justiça Federal em março e ter de usar tornozeleira eletrônica, o engenheiro entrou com um novo pedido de cassação. O impeachment é analisado por uma comissão presidida pelo vereador Fernando Martins dos Santos, o Peitola (MDB), e que também conta com os vereadores Carlos Eduardo Vargas (PTB) e Santiago Angelo (PP).
"A quebra de decoro, como já dizíamos no primeiro impeachment, está absolutamente caracterizada. Cabe ao Poder Judiciário julgar o crime. Cabe à Câmara dos Vereadores julgar a questão política. A questão política envolve a falta absoluta de decoro do prefeito. Dessa forma, o afastamento pode e deve ser imediato", disse José Gonçalves em entrevista à TV Tribuna.
![Vereadores ouviram autor de pedido de impeachment contra Válter Suman em Guarujá](http://atribuna.inf.br/storage/Cidades/Guarujá/censurado4034779910830.webp)
Audiência
O engenheiro e autor do pedido de impeachment foi ouvido como testemunha do processo. O depoimento contou com a presença da defesa de Válter Suman, de vereadores fora da comissão e de moradores de Guarujá.
Em nota, a Câmara dos Vereadores disse que os nomes dos próximos convocados a prestar depoimentos só serão divulgados após a confirmação das notificações.
A Casa ressalta que tanto Válter Suman, como seus representantes legais, vão poder acompanhar os depoimentos e até questionar as testemunhas.
Afastamento
Uma decisão do desembargador Nino Toldo, do Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3), afastou Válter Suman da Prefeitura de Guarujá, em 29 de março. No início de maio, ele e a esposa, Edna Suman, colocaram tornozeleiras eletrônicas.
Um inquérito da PF aponta Suman como chefe de uma organização criminosa que teria desviado mais de R$ 100 milhões em verbas federais destinadas ao município de Guarujá. O desvio de dinheiro público teria sido intermediado por organizações sociais.
A PF chegou a pedir a prisão de Suman, mas a mesma foi negada pelo TRF-3, que decidiu afastá-lo do cargo e adotar medidas cautelares, como o uso de tornozeleira eletrônica.
Em setembro do ano passado, Suman foi preso na primeira fase da Operação Nácar, da Polícia Federal. Ele e o então secretário municipal de Educação, Marcelo Nicolau, ficaram detidos por três dias.