Válter Suman afirma que dinheiro recolhido em Guarujá foi declarado

Prefeito reassumiu o cargo e se reuniu com o secretariado

Por: Rosana Rife  -  21/09/21  -  07:13
 No carro de seu advogado, prefeito chegou às 9h55 ao Paço Municipal
No carro de seu advogado, prefeito chegou às 9h55 ao Paço Municipal   Foto: Alexsander Ferraz/AT

O prefeito Válter Suman (PSDB) afirmou que o dinheiro encontrado pela Polícia Federal, durante a Operação Nácar-19 — R$ 70 mil na residência dele em Guarujá, R$ 300 mil no apartamento em Santos e R$ 42 mil no gabinete — tem origem legal. A explicação foi dada durante uma conversa de cinco minutos com a imprensa, nesta segunda-feira (20), diante do Paço Moacir dos Santos Filho. Suman chegou às 9h55, de carona no carro do advogado Edson Asarias, reassumiu o cargo e convocou reunião com o secretariado.


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O chefe do Executivo reafirmou que valores citados pela polícia constam em sua declaração do Imposto de Renda. Disse, ainda, que sempre teve “uma vida de muito trabalho”, destacando que é médico há 36 anos e tem dois filhos e noras atuantes na mesma área.


“Os valores encontrados são fruto de trabalho. Desde 1998, adquiri uma propriedade rural, que sempre produziu, mesmo que em pequenas quantidades, anualmente. Sempre tive uma declaração de renda documentada e comprovada que soma valores de até R$ 400 mil por mês do meu trabalho profissional. Eu construí um patrimônio ao longo da vida.”


Suman também criticou a forma como sua prisão foi realizada. “O desembargador havia negado qualquer ação como a que foi executada em minha casa. Deu apenas uma determinação de busca e apreensão, e jamais prisão.”


Ele afirmou que passou pelo maior “atrocidade”, diante da exposição feita no momento em que foi preso. “Eles foram criticados pelo Conselho de Justiça, que repudiou a forma como forma como me colocaram, atrás de um camburão, sem ar-condicionado.”


Agora, Suman diz que vai trabalhar para provar sua inocência. Sem citar nomes, partiu para o ataque quando questionado sobre a origem do dinheiro.


“Nós combatemos duramente uma organização social que, a princípio, venceu o processo licitatório e agradou à população. Mas, ao longo do tempo, a gestão começou a ser muito temerária. Nós fizemos notificações, interviemos, desqualificamos e promovemos ação civil pública e fizemos sindicâncias. Com certeza, isso pode ter desagradado a pessoas que queriam usurpar a nossa Cidade.”


Secretário
Válter Suman não informou como fica a situação do secretário de Educação, Marcelo Nicolau, que também foi preso na última quarta-feira (15) e, como o chefe do Executivo, foi solto no sábado. Por determinação judicial, os dois não podem manter contato.


Essa é uma das medidas exigidas pelo Judiciário que o chefe do Executivo tem de cumprir para continuar em liberdade provisória. Além dela, Suman tem de comparecer a cada dois meses em juízo, para informar e justificar suas atividades, e a todos os atos para os quais for convocado no curso das investigações.


O prefeito também não pode se ausentar do Estado por mais de cinco dias sem autorização da Justiça. Ele teve, ainda, de entregar o passaporte.


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