Suman agradece a Deus, à família e aos advogados após a Câmara de Guarujá rejeitar impeachment
Prefeito escreveu que não há "nenhuma condenação por ato ilícito que justifique afastamento da vida pública"
Atualizado em 16/12/21 - 19:45
![Suman agradeceu a Deus, família e advogado](http://atribuna.inf.br/storage/Cidades/Guarujá/censurado3188738913298.webp)
O prefeito de Guarujá, Válter Suman (PSDB), se pronunciou, em nota, na noite desta quinta-feira (16), sobre a decisão da Câmara Municipal, que julgou improcedência do pedido de cassação de seu mandato. "Agradeço primeiramente a Deus, à minha família e, também, aos meus advogados, que foram fundamentais para trazer à tona a verdade”.
“Não tenho contra mim em 62 anos de vida, nenhuma condenação por ato ilícito que justifique meu afastamento da vida pública", escreveu o prefeito.
Suman destacou que a tese de que nunca teve problemas com a Justiça foi o argumento para o Legislativo afastar a possibilidade da cassação do cargo de prefeito. Ele lembrou que foi eleito democraticamente nas eleições de 2020, com a maior votação da história da cidade.
"Demonstrarei a verdade e não descansarei um só dia da minha vida enquanto não esclarecer, ponto a ponto, em tantas instâncias quantas for necessário, um por um dos fatos que foram imputados a mim", continuou o prefeito.
O chefe do Executivo de Guarujá afirmou que, como gestor público, agiu com "coragem e transparência" em defesa da cidade e que interveio no contrato da Organização Social Pró-Vida.
"A princípio (a Pró-Vida) mostrou um trabalho profícuo e restaurador, mas, que, porém, com o tempo, teve suas dificuldades nos mais básicos princípios da administração", disse. "Tais fatos são objeto de ação civil pública ajuizada pelo Município de Guarujá, que pede, entre outras coisas, o ressarcimento de valores aos cofres públicos municipais".
Sessão
Após o início da sessão na última quarta-feira (15), o vereador Vargas (PTB) pediu ao presidente José Nilton Doidão (PSB) a leitura integral do processo de cassação que possui mais de 1.800 páginas. Cada vereador leu durante uma hora. A sessão durou cerca de 17 horas.
Quando a leitura foi concluída, os vereadores puderam utilizar a tribuna por até 15 minutos. Na sequência, o advogado do prefeito apresentou a defesa de Suman.
![Processo lido durante a madrugada tem mais de 1.800 páginas](http://atribuna.inf.br/storage/Cidades/Guarujá/censurado3219761513727.webp)
Na fase de votação, cada vereador abriu sua escolha. Foram 11 votos a favor do relatório (pela improcedência) da acusação e cinco votos favoráveis a cassação.
Diante do resultado, a Presidência do Legislativo, divulgou o resultado da votação, que foi favorável ao Prefeito Válter Suman. A sessão, que determinou o arquivamento da acusação, terminou por volta de 14h40.
Histórico
Em 18 de outubro, a Comissão Processante decidiu dar prosseguimento ao processo contra Suman. Após analisar a defesa prévia do prefeito, entregue por escrito, a Comissão afirmou não ter encontrado elementos suficientes para arquivar o pedido de cassação.
A abertura da Comissão Processante foi aprovada por unanimidade em 21 de setembro, um dia depois de o PDT ter protocolado o pedido de impeachment de Suman. Dois pedidos de cassação do prefeito, feitos por um grupo de advogados e pelo partido Podemos, foram rejeitados pelos vereadores.
As solicitações têm como base denúncias contra o prefeito, investigado por supostamente comandar uma organização criminosa que teria desviado mais de R$ 109 milhões da saúde pública. Suman chegou a ser preso pela Polícia Federal (PF) em 15 de setembro, mas foi solto três dias depois por decisão da Justiça. Ele retornou ao cargo em 20 de setembro.
A prisão do prefeito aconteceu durante o cumprimento de mandados de busca e apreensão pela Operação Nácar, da PF. As ações aconteceram na casa do prefeito e do secretário municipal de Educação, Marcelo Nicolau, que também foi preso na ocasião. Nos imóveis, foram encontradas grandes quantias em dinheiro.