Prefeita em exercício de Guarujá cita mudanças em licitações após investigação da Polícia Federal

A prefeita em exercício de Guarujá, Adriana Machado (PSD), anunciou mudanças em contratos de licitação e revelou que também fará trocas na secretárias municipais. Ela está no comando do Executivo desde 30 de março, quando o prefeito Válter Suman (PSDB) foi afastado pela Justiça.

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Durante entrevista coletiva nesta terça-feira (31), no Paço Municipal, Adriana apresentou um balanço sobre os primeiros 60 dias de sua gestão. Ela elencou a crise na segurança pública da cidade, as mudanças nos contratos de Saúde e Educação e a manutenção do trabalho do Executivo como maiores enfrentamentos no período.

Os contratos mencionados foram alvo de investigação da Polícia Federal (PF), que resultou no afastamento de Suman. A prefeita em exercício destacou como principal alteração o formato das licitações, agora somente por pregão eletrônico.

"Está proibido fazer qualquer tipo de licitação que não seja pregão eletrônico. Isso traz transparência, lisura e uma concorrência mais leal. A gente fez isso inclusive em contratos vigentes. Vamos fazer revisão de todos os contratos e vamos colocar algumas cláusulas como colocamos na Educação. Isso já foi feito e está acontecendo da melhor maneira possível", afirmou a atual chefe do Executivo guarujaense.

Adriana Machado garantiu ainda que haverá trocas em secretarias, e que isso será discutido com o novo Secretário de Governo.

"Vão ter mudanças nas secretárias. A gente está fazendo um remanejamento. Vamos trazer nessa semana um novo Secretário de Governo, e a partir daí vamos sentar e reestruturar o governo de uma maneira diferente. Apesar que temos muitos técnicos, que trabalham e continuam trabalhando. Os projetos precisam continuar acontecendo", declarou.

Possível retorno de Suman

Ao ser perguntada sobre uma possível volta do prefeito afastado, Adriana Machado preferiu não comentar sobre o tema, mas disse que as propostas apresentadas dizem respeito ao seu mandato.

"Decisão judicial eu não tenho nada a ver. São ações e plano de governo da minha gestão. Isso não tem nada a ver com o Válter Suman. Se ele voltar, essa cadeira é dele, sim. Mas não depende de mim. Não vou opinar nessa parte. Esse é um projeto de governo", comentou.

Investigações

Válter Suman foi afastado da Prefeitura de Guarujá por decisão do desembargador Nino Toldo, do Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3). Com isso, Adriana Machado assumiu o comando da Prefeitura no fim de março.

Suman é apontado em inquérito da PF como chefe de uma organização criminosa responsável por desviar mais de R$ 100 milhões em verbas federais destinadas a Prefeitura. Os desvios teriam ocorrido com a intermediação de organizações sociais.

A PF chegou a pedir a prisão de Suman, negada pela Justiça. O Tribuna Federal decidiu pela adoção de medidas cautelares, como o uso de tornozeleira eletrônica.

Em setembro do ano passado, Suman e o então secretário municipal de Educação, Marcelo Nicolau, ficaram presos por três dias, durante a primeira fase da Operação Nácar, da PF.

Cassação

Atualmente, Suman enfrenta um processo de impeachment na Câmara dos Vereadores de Guarujá.

O pedido foi feito pelo engenheiro José Manoel Ferreira Gonçalves. Ele está sendo analisado por uma Comissão Processante, composta pelos vereadores Fernando Martins dos Santos, o Peitola (MDB), Carlos Eduardo Vargas (PTB) e Santiago Angelo (PP).