Câmara de Guarujá arquiva impeachment do prefeito Valter Suman, que segue no cargo até 2024

Chefe do executivo foi absolvido pelos vereadores por 11 votos a 5

Por: Júnior Batista  -  07/07/22  -  13:51
Atualizado em 07/07/22 - 13:58
A sessão analisa o segundo pedido de impeachment do prefeito de Guarujá
A sessão analisa o segundo pedido de impeachment do prefeito de Guarujá   Foto: Alexsander Ferraz

Por 11 votos a 5, a Câmara Municipal de Guarujá decidiu absolver o prefeito Válter Suman (PSDB) e arquivou o processo de impeachment contra ele.


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Este é o mesmo placar do primeiro pedido de cassação, em dezembro do ano passado. A novidade é que dois vereadores mudaram de posição. Carlos Eduardo Vargas (PTB), que antes foi a favor da cassação, desta vez foi contra. Já o vice-presidente da Casa, Nego Walter (PSB), que antes havia sido contra a cassação, foi a favor


Com 1h38 de atraso, os trabalhos iniciaram com a leitura apenas da conclusão do relatório da Comissão Processante, feita pelo 1º secretário da casa, Raphael Vitiello, que recomenda a absolvição e arquivamento do processo. O relatório da comissão não foi lido.


O vereador Wagner dos Santos Venuto, o Waguinho Fé em Deus (União Brasil), defendeu a saída do prefeito. Antes, também usou a tribuna o vereador Anderson Figueira Lopes, o Professor Anderson (Podemos), que também defende a saída de Suman.


Durante a leitura do processo, dezenas de munícipes acompanharam a sessão com conclusão. Também um advogado do prefeito, que não quis se manifestar à Reportagem, ouviu as falas dos vereadores.


Nego Walter (PSB), vice-presidente da Casa, disse que se sente à vontade de votar a favor ou não pelo relatório, porque o prefeito vai ser julgado pela Justiça. Mas que, neste momento, “por enquanto”, é a favor do prosseguimento da ação.


O vereador Fernando Peitola (MDB) defendeu o mandato do prefeito. Disse que a “cidade está parada com esse processo”, que não será usado como máquina de manobra. Falou que a maioria da população apoia o prefeito.


Peitola defendeu o mandato do prefeito
Peitola defendeu o mandato do prefeito   Foto: Alexsander Ferraz /AT

Peitola foi interrompido várias vezes por conta de seu discurso mais efusivo. O presidente da Casa, Juninho Eroso (PP), ameaçou chamar a guarda municipal para retirar um munícipe que chamou a casa de “vendidos” durante a fala de Peitola.


O primeiro secretário Raphael Vitiello, que fez o relatório da comissão processante, disse que este seria apenas um “desabafo”.


O vereador Sérgio Santa Cruz (PSB), o quinto a usar a Tribuna, disse que a peça foi “mal elaborada” e “feita às pressas”. “Tem gente discutindo o que passou na TV Tribuna ontem (o inquérito da Polícia Federal indicia o prefeito e oito servidores por fraude em contrato emergencial na Cidade). O que estamos discutindo é a peça, não o inquérito”, afirmou.


Retorno ao cargo


O prefeito Válter Suman (PSDB) retornou ao cargo em 20 de junho. Ele estava afastado do cargo desde 29 de março, por ser investigado na 2ª fase da Operação Nácar da Polícia Federal, que apura possíveis fraudes em contratações nas áreas da Saúde e da Educação, realizadas pelo município no litoral de São Paulo.


O retorno foi após o Superior Tribunal de Justiça (STJ) ter decidido, em 15 de junho, pelo afastamento das medidas cautelares impostas ao político.


Em 17 de junho, Suman foi até a sede da Polícia Federal, em Santos, e retirou a tornozeleira eletrônica. O chefe do Executivo e esposa Edna Suman eram monitorados desde o começo de maio.


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