'Pensei que ia morrer', diz homem que ficou com entulho até o pescoço e sobreviveu; vídeo

Pintor Everton Santos escapou da morte no Morro do Macaco Molhado, em Guarujá, na madrugada de terça-feira (3)

Por: Rosana Rife  -  04/03/20  -  10:05

O pintor Everton Maurício Miranda Santos, de 37 anos, conta que passou por momentos de pânico e escapou da morte na madrugada de terça-feira (3), quando a casa da irmã no Morro do Macaco Molhado, em Guarujá, desabou. Ele diz que tudo ocorreu de forma rápida e que escapou por um milagre.


“Fui chamar minha irmã e pedir para que ela deixasse a casa, porque estava perigoso, mas não deu tempo. A água me levou. Pensei que iria morrer. Era muita pedra em cima de mim. Fiquei gritando, desesperado. Só minha cabeça ficou para fora. O resto era tudo entulho. Mas os vizinhos me ajudaram”.


A mulher de Santos, a dona de casa Angela Silva, de 43 anos, mora há 20 no Morro do Macaco Molhado e garante nunca ter passado por um susto tão grande até terça-feira, quando a casa da cunhada desabou e os escombros chegaram ao quintal dela. Por sorte, ninguém morreu.


“Ela estava dentro de casa tentando fazer um buraco para a água sair, quando tudo veio abaixo. O irmão do meu genro também morreu, ele estava no outro ponto do morro”.


Angústia


A jovem Paloma dos Santos Ribeiro viveu o dia mais angustiante de sua vida em busca do pai, Luciano de Souza Ribeiro, de 43 anos. Ele estava em casa, na Barreira do João Guarda, quando houve um deslizamento de terra, por volta das 3h. Desde então, sua mãe não conseguiu mais contato com Ribeiro.


"No começo da madrugada, por volta da 1h, ele disse por WhatsApp que estava tentando limpar a frente da casa para a água escoar. Foi a última vez que ele falou com a gente", lamentava a filha. Até o fechamento desta reportagem, Ribeiro seguia desaparecido.


Última saída


Assustada com a situação no Morro do Macaco Molhado, a controladora de acesso Letícia Santos de Carvalho, de 40 anos, resolveu sair de casa com as filhas Beatriz, de 15 anos, e Ana Paula, de 9, mesmo sem ter para onde ir. Em 15 anos vivendo no local, ela garante nunca ter visto uma situação semelhante à vivida nos últimos dois dias.


"Me disseram que minha casa não corre risco, mas eu vou tirar minhas coisas aqui de dentro, porque não dá. Foi horrível. Vi o pessoal socorrendo uma criança e a mãe dela, o bombeiro que sumiu... Na madrugada, bateram na minha porta e falaram para eu descer porque estava caindo tudo. Eu estava em casa com minhas duas filhas, foi horrível. Vou tentar tirar roupas, documentos e o que der, porque vou sair. Estou sem destino. Tenho pais, mas as casas deles ficaram cheias de água".


Com medo de uma rocha que fica bem atrás de sua casa, outro que deixou a residência, na Barreira do João Guarda, foi o ajudante de garçom Alexandre Floriano da Silva, de 30 anos. "Está perigoso. Fui para a casa do meu pai. Nem dormi essa noite".


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