Médicos do litoral de SP criticam liberação total de máscaras: 'Palhaçada'
Governo Estadual flexibilizou o uso do acessório em locais fechados. Decisão já está valendo
A decisão do governador João Doria (PSDB) de abolir a obrigatoriedade de máscaras em locais fechados foi criticada por infectologistas do litoral de São Paulo. Eles temem que haja uma nova onda de casos da covid-19.
Para o médico Marcos Caseiro, a decisão é um retrocesso. "Continuamos tendo 400, 500 mortes por dia, 14 mil casos novos por dia (no Brasil). Não estamos em uma situação absolutamente tranquila. Não é possível normalizar 500 mortes por dia", disse, em relação ao andamento da pandemia no País.
A infectologista Elisabeth Dotti teme um possível novo lockdown, caso número de mortes e infectados volte a subir. "É uma palhaçada. (A decisão) vai completamente na contramão da OMS (Organização Mundial da Saúde), que já está observando os casos da Deltacron e da subvariante da Ômicron. Enquanto a OMS ainda recomenda a máscara, o Estado vai na contramão".
Recomendação
O infectologista Evaldo Stanislau pede que a população não esqueça dos protocolos sanitários de combate à covid-19, em especial aqueles que estão no grupo de risco.
"Que continuem usando máscara, evitando aglomeração e dando preferência para ambientes onde tenha circulação do ar (...). Quando você for obrigado a tirar a máscara para se alimentar ou se hidratar, por exemplo, fazer esses atos sozinho ou com pelo menos um metro de distância das pessoas que estejam ao seu redor para que você não tenha risco de se infectar", explica.
O diretor da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), Leonardo Weissmann, afirma que o risco de transmissão do vírus continua existindo. "A população precisa tomar cuidado. Parece haver a percepção de que a pandemia está controlada, o que não é verdade. O risco de transmissão do vírus continua existindo, da mesma forma que o risco de surgimento de novas variantes".
Justificativa
Segundo o Governo de São Paulo, a decisão se baseia no andamento da vacinação contra a covid-19 e na queda de óbitos e internações.
O Comitê Científico de Saúde do Estado recomendou que a máscara seja obrigatória apenas em locais de prestação de serviços de saúde, sejam eles públicos ou privados, transportes públicos coletivos e suas respectivas áreas de acesso.
