Impactos da pandemia na movimentação mundial de contêineres deve recuar no segundo semestre

Diretor-presidente da MSC, Elber Justo estima a normalização da demanda e da qualidade das operações

Por: Anderson Firmino  -  12/05/22  -  19:35
Atualizado em 12/05/22 - 21:22
Presidente da MSC fez projeções no Seminário Internacional do Café
Presidente da MSC fez projeções no Seminário Internacional do Café   Foto: Alexsander Ferraz/AT

O diretor-presidente da MSC, Elber Justo, reconheceu os impactos na movimentação mundial de contêineres provocados pela pandemia e, mais recentemente, pela guerra na Ucrânia. No entanto, ele estima a normalização da demanda e da qualidade das operações para o segundo semestre.


O executivo fez uma das palestras do segundo dia do 23º Seminário Internacional de Café, que terminou nesta quinta-feira (12), no Sofitel Guarujá Jequitimar. O evento reuniu empresários e, autoridades e dirigentes ligados ao setor cafeeiro e durou dois dias.


“A covid-19 ainda não acabou. Apesar de a gente achar que isso é passado, ficou para trás, infelizmente ainda não é uma realidade no nosso negócio. A China, sendo um país extremamente importante ,extremamente relevante para nosso dia a dia, tem ainda momentos de lockdown, portos fechados que, com certeza, não só impactam, mas continuarão impactando por alguns meses”, afirma Justo.


Ele lembra que, por conta do conflito entre Rússia a Ucrânia, muitas empresas de logística suspenderam totalmente suas atividades na região.


“Houve fechamento de rotas para transportes aéreos, marítimos e terrestres, o que gerou um impacto muito grande no nosso negócio, porque as cargas que ficaram represadas, que não conseguiram ser destinadas a esses portos, causaram e ainda causam sobrecarga nos portos de transbordo da Europa”.


O executivo assinala que, apesar de todos os esforços, a situação continua bastante complicada na questão da disponibilidade de navios.


“Normalmente, um contêiner na rota EUA-Ásia faz quatro viagens por ano. Temos feito dois, dois e meio ciclos de viagem, por causa da retenção de equipamentos ao longo de toda a rota. A falta de contêiner, de espaço nos navios, na verdade, é porque o ciclo está muito mais lento. A gente está trabalhando com 50, 60% do que a gente está acostumado”, aponta.


Brasil

Elber Justo reforça que, no Brasil, nenhum serviço deixou de atender ao País, mas a capacidade dinâmica diminuiu.


“Os números do Brasil não diminuíram, nem importação nem exportação. Para atender essa grande movimentação, há impacto nos fretes”, reconhece. “Esse aumento de tempo de espera dentro, ou fora do porto, muitas vezes, gera omissões de navio, falta de embarque. O que vem acontecendo com esses atrasos é que a capacidade efetiva dos nossos navios não mudou”.


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