Guarujá: emoção e exemplos de companheirismo marcam velório de bombeiro morto em resgate

Quis o destino que o corpo do cabo do Corpo de Bombeiros Rogerio de Moraes Santos fosse velado nesta quarta-feira (4) ao lado de Tatiana Lopes Gomes e Artur Rafael de Lima, mãe e filho que ele tentou salvar durante o deslizamento de terra no Morro do Macaco Molhado, em Guarujá, na madrugada de terça-feira (3). Além dos três, outras duas pessoas morreram no local. 

Rogerio será enterrado com honras militares às 14 horas desta quarta, no Cemitério da Vila Júlia, onde ocorre o velório. Familiares, amigos e companheiros de farda, além do Comando da Policia Militar e do Corpo de Bombeiros, estão na despedida, marcada por choro e muita emoção.

Demonstrando força ao receber os cumprimentos, a mulher do cabo, Ana Cristina de Moraes, lembrou da missão do marido. "Ele morreu fazendo o que gostava". O cabo recebeu a condição de herói da Polícia Militar (PM).

Companheiro de farda, o sargento Eduardo Marcelo Amorim não segurou as lágrimas ao falar do amigo. "Eu o conheço há mais de 15 anos. Excelente amigo, um cara sério, excelente profissional. Só tenho elogios para ele e a família. O filho ia desde pequeno para o quartel brincar. É um companheiro de farda que deixa um vazio muito grande. Ele e o (cabo Marciel) Batalha (desaparecido no mesmo trabalho de resgate) não mediram esforcos para tentar salvar mãe e filho. Morreu como herói".

O sargento Francisco dos Santos de Souza é amigo do cabo Moraes desde a epoca do curso de formação para a PM. Trabalhavam há 20 anos juntos. Por isso, a despedida o emocionou tanto.

"Era um cara íntegro, honesto. Um amigo, irmão, grande parceiro e confidente meu. Deus levou o nosso amigo para junto dele. Está descansando. Fez o que mais gostava, que era ajudar as pessoas, sem olhar a quem. É um herói".