Família do litoral de SP cria vaquinha solidária para ajudar trigêmeos com paralisia cerebral
Objetivo é arrecadar dinheiro para a aquisição de um carro adaptado
Atualizado em 27/04/22 - 17:35
Há sete anos, Maria da Guia Borges, de 37, moradora de Guarujá, vive uma luta diária. Ela é mãe dos trigêmeos Isaque, Saulo e Samuel, e dois deles, antes de completar um mês de vida, contraíram infecções hospitalares que resultaram em paralisia cerebral grave.
Isaque e Samuel estão acamados e são extremamente dependentes dos pais. Precisam passar por terapias e consultas, mas a dificuldade de locomoção é uma barreira. Por isso, uma amiga decidiu ajudar a família, criando uma vaquinha solidária e arrecadar dinheiro para a compra de um veículo adaptado a pessoas com deficiência.
“Para marcar uma consulta médica, demora cerca de seis meses e, muitas vezes, no dia marcado, o transporte do hospital não consegue levar as crianças, e eles acabam perdendo o dia da consulta. Lá se vão mais seis meses para remarcar, e os trigêmeos não podem ficar esperando”, explica Neide Lopes da Costa Fabrin, de 52 anos.
Ela conta que, sempre que possível, empresta seu carro para Maria levar os filhos a esses compromissos. Agora, espera conseguir o veículo adaptado para a amiga "não precisar ficar esperando o dia inteiro para poder voltar para casa”.
A família dos trigêmeos tem uma rotina intensa, e os pais se dedicam a acompanhá-los na busca por tratamentos, consultas, terapias e exames. Maria e sua família têm contado com a fé e a solidariedade alheia para sobreviver.
“Eu conheci a Maria na igreja, quando as crianças tinham um mês de idade. Ela estava morando do lado de um mangue, numa situação muito precária. Então, levei a família dela para minha casa, onde ficaram por sete meses. Hoje, ela mora num terreno que era do padre da igreja em que nos conhecemos. A gente montou a casa deles com doações, tentou arrecadar o máximo possível”, conta Neide.
Os trigêmeos
Maria descreve que “as crianças nasceram bem, mas de 32 semanas (prematuramente) e abaixo do peso. Enquanto esperavam aumentar o peso para receber alta e ir para casa, foram acometidas por infecções hospitalares".
Samuel teve a primeira hospitalar com dez dias de vida e outra com 1 mês. Esta última ocorreu juntamente com uma meningite, o que provocou a paralisia cerebral.
Isaque também teve infecção hospitalar, com 15 dias de vida. “Quando ele parecia que ia melhorar, apareceu uma segunda infecção. Ele quase morreu, pois teve sangramento intracraniano, e esse sangramento resultou na paralisia cerebral.”
Também no hospital, Saulo teve uma infecção cardíaca com 17 dias de vida. “Foi bem leve. Ele foi o que ficou melhor, já se recuperou bastante. Hoje, ele tem TDAH (transtorno do déficit de atenção com hiperatividade) e uma pequena paralisia.”
Vaquinha
A organizadora da arrecadação informa que já foram arrecadados quase R$ 13 mil dos R$ 56.438,00 pretendidos para a compra do veículo adaptado. É possível fazer doações por Pix (a chave é 2683870@vakinha.com.br) e pela vaquinha on-line, clicando aqui.
