Família alerta moradores do litoral de SP sobre doações falsas para filha: 'Não existe campanha'
Pais de Ana, portadora de rara doença, são procurados diariamente por conta de um perfil fake com vaquinha virtual
Os pais da pequena Ana Catarina, de 1 ano, estão indignados após uma pessoa usar a imagem da filha deles para acumular dinheiro através de falsas doações em Guarujá. Segundo informado a eles por moradores da cidade, a doação fake ronda em diversos grupos da cidade.
Em conversa com ATribuna.com.br, Antonio Rodrigues, que mora na cidade de Louveira, no interior de São Paulo, contou sobre a história da filha. "Ela é portadora de uma doença genética rara chamada aciduria glutarica tipo 1, descobrimos isso no início de janeiro. Por conta disso, ela precisa de uma fórmula metabólica especial que no Brasil custa cerca de R$ 2 mil".
Para contar um pouco da história de vida e superação da menina, ele e a esposa, Débora Cunha, resolveram fazer um perfil no Instagram.
"No dia 19 de março, uma pessoa entrou em contato conosco pelo perfil se oferecendo para doar uma lata da fórmula, recusamos, já que a prefeitura da nossa cidade fornecia. Contudo um mês depois a prefeitura atrasou a entrega e como a minha filha não pode ficar sem, minha esposa aceitou a doação e passou nosso endereço e ai que nossos problemas começaram".
Acontece que o medicamento foi entregue pela prefeitura e a família decidiu apenas ignorar o contato da suposta doação. As confusões retornaram no início de abril, quando eles receberam uma mensagem na rede social de uma pessoa que questionava se a suposta voluntária estava autorizada a coletar doações financeiras em favor da criança. "Nessa mensagem, constava a informação de que a suposta voluntária se utilizava de uma conta bancária particular, em seu nome, coletando doações financeiras com o objetivo de adquirir o suplemento", conta Débora.
"No mesmo dia, a primeira pessoa que me procurou me alertou que seria questionada sobre esses depósitos, e me orientava a confirmar que os depósitos seriam direcionados à aquisição do suplemento. Ai que compreendi que não havia boas intenções por parte da voluntária, afinal não havíamos discutido abertura de uma campanha financeira".
Após a troca de mensagens, a família entrou em contato com diversas pessoas para tentar compreender o que estava acontecendo de fato. Até que eles receberam de uma moradora de Guarujá imagens comprovando que a voluntária vinha utilizando da imagem da criança para coletar dinheiro.
Após algum tempo sem contato com a pessoa, os pais de Ana Catarina interpretaram que as falsas campanhas financeiras haviam cessado. Só que no início do mês de maio, outros moradores de Guarujá entraram em contato. "Mesmo após minha primeira mensagem, que alerto que ela deveria interromper a campanha, ela permaneceu solicitando doações indevidamente, quase um mês após minha última manifestação".
Alerta para a população
Para Antonio, a divulgação é apenas para alertar a população da cidade na Baixada Santista. "Essa é a nossa intenção. Não pensamos em denunciar a pessoa. Só queremos evitar que moradores inocentes caiam nessa campanha".
Já a mãe da menina afirma que a falsa campanha pode manchar a dignidade de sua família. "Temos que zelar pela credibilidade da história da Ana Catarina, que é só um bebê, mas já enfrenta desafios diários, lidando com consequências de uma rara doença. A divulgação desse alerta contribui na defesa da imagem da minha filha, bem como na defesa da dignidade da nossa família".
