Dono de triplex do Guarujá atribuído a Lula mostra apartamento mais polêmico do País
A Tribuna teve acesso ao triplex do Guarujá e conta como foi o primeiro dia do novo proprietário; veja fotos
Atualizado em 09/07/22 - 16:44
Sala pequena, suítes, banheiros apertados e uma vista ampla para o mar. Essa é a realidade do triplex de Guarujá que foi atribuído ao ex-presidente Lula (PT) durante a Operação Lava Jato. O apartamento foi sorteado por uma plataforma on-line e o vencedor recebeu o prêmio nesta sexta-feira (8). A Reportagem teve acesso ao apartamento no condomínio Solaris, na Avenida General Monteiro de Barros, na Praia das Astúrias.
"Quando eu compro um bilhete, finjo que nem comprei. Deixo ver o que vai acontecer. Tomei até um susto. Estava assistindo um jogo dos Santos e do Palmeiras, 20 minutos do primeiro tempo, quando o celular tocou e falaram que ganhei. Pensei que era trote”, conta o vencedor do prêmio, o empresário paulistano Antônio Nóbrega, de 63 anos.
Com cerca de 215 metros quadrados, o apartamento 164-A está avaliado em cerca de R$ 3 milhões. O empreendimento, em frente à praia, conta com quatro quartos (sendo duas suítes), cinco banheiros, piscina, churrasqueira, área gourmet e um elevador privativo.
“Tudo é novidade. Você não sabe nem como reagir nesse tipo de situação. Eu via direto pela imprensa, pela televisão, tinha mais ou menos uma noção”, comenta o empresário.
Localizado no 16º andar, o triplex tem despesas de condomínio no valor R$ 1.335,10 e IPTU de R$ 1.787,32 mensais. O elevador privativo, para ir de um andar para o outro do apartamento, tem manutenção mensal a ser paga no valor de R$ 280,92. Os altos valores para manter o imóvel foi o que fez Antônio decidir que, após aproveitar por um tempo, o colocará à venda.
“Vou deixar aí por uns dias e depois vou vender. Uma parte eu vou investir na construção civil, porque para morar em qualquer apartamento, além do gasto ser muito, você não tem quase liberdade, tem que pagar condomínio. Fica alto (o custo), e é um dinheiro que vai e não volta nunca mais”, explica.
O apartamento dá direito a duas vagas na garagem coletiva. O triplex mais famoso do Brasil foi sorteado no dia 28 de maio. O valor do empreendimento criou expectativas para o empresário. “Esses R$ 3 milhões aqui, acho que a gente chega em R$ 5 milhões. Depois a gente triplica isso até o fim do ano com as construções”, conclui.
Sorteio
A fama do apartamento foi utilizada para divulgação do sorteio, realizado por uma plataforma digital, no qual o empresário foi vencedor. Ele achou que a ligação informando sua vitória era “uma piada, uma pegadinha”, afirma.
O vencedor conta que costuma a jogar em vários sorteios. Seu hobby começou após um início de infarto, devido ao uso de cigarro. “Antigamente eu fumava dois maços de cigarro por dia. Pensei já que não vou fumar mais, porque eu tive um começo de infarto, eu vou desperdiçar tudo em jogo. Se não ganhar nada, pelo menos economizei a saúde”, explica.
Fama
Reconhecido por grande parte da população brasileira, o edifício virou ponto turístico em Guarujá. O apartamento ganhou repercussão no Brasil em 2018 e fez parte da história política do País.
“As pessoas tem muito essa onda de associar (o apartamento) ao Lula e vão lá na porta do prédio, tiram foto. É muito comum, algo turístico. Peguei Uber e o motorista falou: ‘Você sabia que está no prédio do Lula’. A Cidade toda sabe que aquele é o triplex da Lava Jato”, diz uma produtora que trabalha para a plataforma e pediu para não ser identificada.
Apesar de toda repercussão envolvida, o triplex não consegue agradar a todos de primeira. A sócia de Antônio, Beth Serrano, conta que esperava algo maior, por conta de como foi divulgado pela mídia.
“Eu achava que era muito maior. Claro que qualquer pessoa adora um imóvel desse. O problema é que repercutiu tanto que você imagina o castelo dos deuses”, comenta Beth.
Triplex
O apartamento ganhou notoriedade em todo o País com os desdobramentos da Operação Lava Jato, coordenada pelo ex-juiz Sérgio Moro. Durante os julgamentos do ex-presidente Lula, o triplex foi apontado como sua propriedade atribuída por propina. O caso foi arquivado em janeiro de 2022.
