Comissão Processante sobre impeachment de prefeito de Guarujá está parada

Vereadores não sabem dizer as próximas ações e trabalhos para decidir sobre impeachment caminham a passos lentos

Por: Maurício Martins  -  24/11/21  -  13:44
Depoimento de Suman, em 11 de novembro, foi marcado por perguntas vazias
Depoimento de Suman, em 11 de novembro, foi marcado por perguntas vazias   Foto: Nathália de Alcantara/AT

Após o depoimento do prefeito Válter Suman (PSDB) na Comissão Processante da Câmara de Guarujá que analisa pedido de impeachment do chefe do Executivo, no dia 11 de novembro, os vereadores da comissão nada mais decidiram e os trabalhos andam a passos lentos. Fazem parte do grupo os parlamentares Fernando Martins dos Santos (MDB), o Peitola, Juninho Eroso (PP) e Sirana Bosonkian (PTB).


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A Reportagem tentou falar nesta terça-feira (23) com Peitola, que preside a Comissão, mas ele não retornou o contato. A assessoria de imprensa da Câmara informou que a Comissão “ainda vai se reunir para deliberar” os que fará. E que “maiores informações somente após isso”. Porém, nem data estipulada existe.


Além do prefeito, prestaram depoimentos, no dia 8 de novembro, Marcelo Nicolau, ex-secretário municipal de Educação, e Rogério Rudge, ex-secretário de Desenvolvimento Econômico e Portuário do Município.


E o primeiro a ser ouvido, no dia 3, foi o presidente do diretório municipal do Partido Democrático Trabalhista (PDT) no Município, José Manoel Ferreira Gonçalves, autor do pedido de impeachment de Suman.


"Não acredito que as coisas esfriaram nas apurações da Comissão Processante depois da oitiva do prefeito Válter Suman. Ele não acrescentou nada. Ele disse que falaria no momento oportuno e o momento era aquele", diz o presidente do PDT. “Há provas claras para que os vereadores façam o afastamento do prefeito, por quebra de decoro", afirma.


A Reportagem entrou em contato com o advogado de defesa de Suman, que disse apenas: “estamos aguardando decisão”.


Histórico
Em 18 de outubro, a Comissão Processante decidiu dar prosseguimento ao processo contra Suman. Após analisar a defesa prévia do prefeito, entregue por escrito, a Comissão afirmou não ter encontrado elementos suficientes para arquivar o pedido de cassação.


Os parlamentares podem convocar mais pessoas a depor e também pedir diligências. O prazo para conclusão de todo o rito é de até 90 dias, desde a abertura do processo, ou seja, termina em 29 de dezembro.


A abertura da Comissão Processante foi aprovada em 21 de setembro, por unanimidade na Câmara, após o PDT protocolar na Casa, um dia antes, um pedido de impeachment de Suman. Dois pedidos de cassação do prefeito, feitos por um grupo de advogados e pelo partido Podemos, foram rejeitados pelos vereadores.


As solicitações tem como base denúncias contra o prefeito, investigado por supostamente comandar uma organização criminosa que teria desviado mais de R$ 109 milhões da saúde pública. Suman chegou a ser preso pela Polícia Federal (PF) em 15 de setembro e solto três dias depois por decisão da Justiça. Ele retornou ao cargo em 20 de setembro.


A prisão do prefeito aconteceu durante o cumprimento de mandados de busca e apreensão pela Operação Nácar, da PF. As ações aconteceram na casa do prefeito e do secretário municipal de Educação, Marcelo Nicolau, que também foi preso na ocasião. Nos imóveis de ambos, foram encontradas grandes quantias em dinheiro.


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