Comissão defende permanência de Válter Suman na Prefeitura de Guarujá

Processo que prevê impeachment do prefeito continua sob análise pelo menos até sexta-feira (16)

Por: Sandro Thadeu  -  16/12/21  -  11:40
Processo tem mais de 1.800 páginas
Processo tem mais de 1.800 páginas   Foto: Luciana Moledas/TV Tribuna

A comissão processante da Câmara de Guarujá que analisa o pedido de impeachment do prefeito Válter Suman (PSDB) defende a improcedência do pleito apresentado pelo presidente municipal do PDT, José Manoel Ferreira Gonçalves. O posicionamento do relator desse colegiado, Edmar Lima dos Santos, o Juninho Eroso (PP), foi acompanhado pelos dois integrantes do grupo: Fernando Martins dos Santos, o Peitola (MDB - presidente), e Sirana Bosonkian (PTB).


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Eroso, em seu parecer, defende que a decisão de manter o tucano no cargo deve ser mantida até que ocorra a apuração dos fatos apurados pela Polícia Federal (PF) na Operação Nácar-19, deflagrada no dia 15 de setembro, e outros processos relacionados ao caso, que tem o chefe do Executivo como alvo.


A Tribuna teve acesso a esse documento às 21h20 desta quarta-feira (15), e o presidente da Câmara, José Nilton Lima de Oliveira, o Doidão (PSB), confirmou a veracidade. A sessão que definirá os rumos do chefe do Executivo teve início na noite desta quarta. A expectativa é que os trabalhos sejam finalizados somente nesta sexta.


Isso se deve ao fato de os parlamentares acatarem o pedido apresentado por Carlos Eduardo Vargas da Silva (PTB) para que o processo, que tem mais de 1.800 páginas, seja lido na íntegra.


Após essa fase, cada vereador poderá se manifestar por 15 minutos. O autor da denúncia também terá esse mesmo tempo para falar em plenário. O prefeito ou seu procurador usará até duas horas para defesa.


Superada essa etapa, ocorrerá a votação nominal. Para o prefeito ser cassado, dois terços do Legislativo – ou seja, 12 vereadores – terão de ser favoráveis ao pleito apresentado por Gonçalves.


A investigação da PF apura possíveis irregularidades relacionadas a organizações sociais e empresas que prestavam serviços na área da saúde e o possível envolvimento do tucano. Suman é suspeito de comandar uma organização criminosa que teria desviado mais de R$ 109 milhões da área da saúde, inclusive verbas federais destinadas ao enfrentamento da covid-19. O prefeito chegou a ser preso em 15 de setembro, mas foi solto três dias depois.


Os advogados dele pediram o arquivamento do processo, pois “não há elementos para eventual cassação” e que “não há crime de responsabilidade cometido pelo prefeito”. Em depoimento à comissão processante, no dia 11 de novembro, Suman garantiu que todo o seu patrimônio foi construído com dinheiro vindo de seu trabalho como médico e negou envolvimento com qualquer atividade ilícita.


Disputa
Do lado de fora da Câmara, grupos de pessoas levaram cartazes para protestar contra Suman, enquanto outros manifestavam apoio ao tucano. Uma das faixas fixadas em plenário trazia a seguinte mensagem: “O trabalho é a melhor resposta! Deixa o prefeito trabalhar”.


Outra citava “Válter Suman, sua liberdade pode ser provisória, mas nossa vergonha será eterna!”. Também havia um recado claro aos parlamentares: “Vereadores que apoiam a corrupção não merecem reeleição”.


Agendada para ter início às 19 horas, a sessão começou com atraso de 27 minutos, sob o comando de Doidão. “Agradeço todos os vereadores que compreendam esse momento oportuno para fazer um julgamento de forma célere e responsável para dar uma resposta à sociedade, conforme consta nos autos”, frisou. Segundo o presidente, “a leitura (do processo) demorará dois dias, mas devemos respeitar o rito”.


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