Comissão da Câmara emitirá parecer sobre impeachment do prefeito de Guarujá na segunda-feira

Chefe do Executivo foi preso em 15 de setembro, pela Polícia Federal, durante a Operação Nácar-19

Por: Bruno Almeida  -  14/10/21  -  15:14
  PF encontrou mais de R$ 70 mil e joias em apartamento de Válter Suman
PF encontrou mais de R$ 70 mil e joias em apartamento de Válter Suman   Foto: Alexsander Ferraz/AT

A Comissão Processante da Câmara de Guarujá que analisa o pedido de impeachment do prefeito Válter Suman (PSDB) emitirá um parecer sobre o prosseguimento ou não do processo na próxima segunda-feira (18). Os vereadores que integram o grupo se reuniram nesta quinta-feira (14) para fazer a leitura da defesa prévia do prefeito, que foi alvo de operação da Polícia Federal (PF) em setembro e permaneceu três dias preso.


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Suman entregou sua defesa, por escrito, às 16h33 desta quarta-feira (13), último dia do prazo dado pela Casa Legislativa. A reunião desta quinta foi concluída cerca de três horas após o início. A Reportagem solicitou, ainda na quarta, acesso ao documento à assessoria da Câmara e ao advogado do prefeito, mas o pedido não foi atendido.


"Tomamos ciência hoje da defesa prévia do prefeito. Estamos analisando e nos aprofundando", disse o vereador Fernando Martins dos Santos (MDB), o Peitola, presidente da Comissão, que já detalhou os próximos passos do grupo.


"Caso a gente entenda pelo arquivamento, será feito um relatório e ele será colocado em votação no plenário. Caso a comissão entenda que tem que prosseguir com o processo, seguirá o rito normal de trabalho, com prazo de 90 dias para a oitiva dos acusados", completa.


Se os trabalhos da Comissão Processante tiverem prosseguimento, caberá aos vereadores, ao final dos 90 dias, votarem pela cassação ou não do prefeito Suman.


Relembre as acusações
A abertura da Comissão Processante foi aprovada em 21 de setembro, por unanimidade na Câmara, após o PDT protocolar na Casa, um dia antes, um pedido de impeachment de Suman. Na mesma data, outros dois pedidos de cassação do prefeito, feitos por um grupo de advogados e pelo partido Podemos, foram rejeitados.


As solicitações têm como base denúncias contra o prefeito, investigado por supostamente comandar uma organização criminosa que teria desviado mais de R$ 109 milhões da saúde pública. Suman chegou a ser preso pela PF em 15 de setembro e solto três dias depois, por decisão da Justiça. Ele retornou ao cargo em 20 de setembro.


A prisão do prefeito aconteceu durante o cumprimento de mandados de busca e apreensão pela Operação Nácar-19. As ações aconteceram na casa do prefeito e do secretário municipal de Educação, Marcelo Nicolau, que também foi preso na ocasião. Nos imóveis de ambos, foram encontradas grandes quantias em dinheiro.


O prefeito negou os fatos quando foi solto e disse que seguia “mais forte e determinado" para provar sua inocência. Ressaltou que sua prisão foi uma “atrocidade” e que o dinheiro encontrado pela polícia tem origem lícita.


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