Cidade do litoral de SP planeja vacinar toda a população adulta contra Covid até 29 de julho
Data prevista marcaria um adiantamento de 49 dias em relação a previsão do Plano São Paulo
A cidade de Guarujá, no litoral de São Paulo, planeja vacinar toda a população acima de 18 anos contra a Covid-19 até o dia 29 de julho, com ao menos uma dose. A afirmação é do Secretário de Saúde do município, Victor Hugo Straub Canasiro. Para isso, a administração espera que não haja imprevistos na remessa de doses por parte do Governo Estadual.
A data prevista marcaria um adiantamento de 49 dias em relação a previsão do Plano São Paulo. A expectativa do Governo do Estado é de imunizar toda a população adulta com ao menos uma dose até o dia 15 de setembro. Nesta semana, Guarujá antecipou a vacinação para pessoas entre 32 e 35 anos de idade.
Em entrevista para ATribuna.com.br, o secretário de Saúde de Guarujá deu detalhes sobre a previsão e o andamento da vacinação no munícipio.
Existe alguma previsão da secretaria de quando toda a população adulta de Guarujá pode estar vacinada?
“Nossa ambição é de que, a cada dia, avancemos um ano na faixa etária. Nessa toada, se houver garantia de envio das doses pelo Governo Estadual, como vem ocorrendo, pretendemos, até o dia 29 de julho, atingirmos a idade de 18 anos. Vamos estar, praticamente, cobrindo toda a nossa população vacinável. Para isso, não posso dar uma projeção sem um correspondente de abastecimento por parte do Governo Estadual, que é quem fornece os imunizantes".
Quais motivos levam Guarujá a estar tão adiantada em relação ao Plano São Paulo?
"Adotamos uma estratégia de centralizar as vacinas em poucos pontos de vacinação, para não termos contratempos, percalços relacionados a desvios ou extravios. Nosso alinhamento foi de que fizéssemos um controle com máxima atenção. Ficamos muito atentos para que não tivesse nenhum tipo de perda. Nos momentos de maior solicitação, conseguimos manter uma homogeneidade de oferta das vacinas para os munícipes. Nosso interesse é que atingíssemos, o mais rápido possível, um percentual da população vacinada com pelo menos a primeira dose."
Isso significaria um mês e meio de adiantamento em relação ao Plano São Paulo. O que esse número representa para a cidade?
"O avanço da imunização tem que ser muito louvável, e é o que pretendemos fazer. Fizemos 30 horas de vacinação ininterruptas. Conseguimos, nessas 30 horas, imunizar 18 mil pessoas. Isso traz para gente um alento. O reflexo que vemos hoje na taxa de ocupação de leitos de UTI, abaixo de 30%, é resultado desse empenho”.
Está havendo excedente de doses? As doses estão sobrando, para haver antecipação? Como está sendo organizada essa antecipação?
"Temos tido um planejamento estratégico para insistir que a cobertura vacinal, principalmente as segundas doses, seja mantida, para nos ajudar que não ocorra vencimentos ou perda de vacinas. A gente insiste para que não ocorra vencimento e que não tenhamos perda de vacinas. Temos que otimizar a regularidade das pessoas de irem nas datas certas. Elas não podem deixar de comparecer ao posto para cumprir sua obrigação de cidadania".
Você tem notado alguma debandada, ausência muito grande de pessoas, em relação a segunda dose?
“Como moramos em uma cidade que tem uma população com imóveis de veraneio, mas é de outra cidade, ele adquire o direito de ser um cidadão daqui. Com comprovante de residência, documento com foto, e estando na idade certa, ele pode se imunizar aqui. Mas muitas vezes, esse indivíduo foi embora e voltou para a cidade de origem dele. Essa é uma possibilidade que nós, infelizmente, não temos como contabilizar. Certamente, não perderemos doses".
Guarujá vai ter 'xepa' das vacinas? Ou esses frascos restantes vão ser usados de outra forma?
“Desde o início, temos sido muito duros com esse tipo de postura. Sabemos que isso gera uma fila paralela. Temos uma orientação técnica para toda nossa equipe de que, uma hora antes do término do expediente de vacinação, que elas façam o planejamento para que os frascos sejam abertos de acordo com o número de pessoas que estejam na fila. Por isso não há como se falar em xepa. Não permitimos que isso ocorresse”.
Em Guarujá, tem tido alguma tentativa de escolha das pessoas por uma determinada vacina?
"É o que tem na prateleira. A pessoa não vai escolher. Não oferecemos essa oportunidade. Isso é imoral. A pessoa precisa simplesmente tomar a vacina e sobreviver. Não há como permitir que as pessoas queiram escolher, como se fosse um cardápio. Todas as vacinas foram aprovadas pela Anvisa, então não tem como dizer que uma é melhor que a outra".
