Câmara de Guarujá decide seguir com processo de impeachment do prefeito Válter Suman
Comissão Processante analisou defesa prévia e afirmou não ter elementos para arquivar pedido de cassação
A Comissão Processante da Câmara de Guarujá decidiu, na tarde desta segunda-feira (18), dar prosseguimento ao processo de impeachment do prefeito Válter Suman (PSDB). Após analisar a defesa prévia do prefeito, entregue por escrito no último dia 13, a Comissão afirma não ter encontrado elementos suficientes para arquivar o processo de cassação.
O grupo, composto pelos vereadores Fernando Martins dos Santos (MDB), o Peitola, Juninho Eroso (PP) e Sirana Bosonkian (PTB), vai agora abrir um calendário para que as partes sejam convocadas a depor. Serão ouvidos acusado e acusador, além de testemunhas. Os parlamentares também podem pedir diligências. O prazo para conclusão de todo o rito é de até 90 dias.
A abertura da Comissão Processante foi aprovada em 21 de setembro, por unanimidade na Câmara, após o PDT protocolar na Casa, um dia antes, uma solicitação de impeachment de Suman. Dois pedidos de cassação do prefeito, feitos por um grupo de advogados e pelo partido Podemos, foram rejeitados pelos vereadores.
As solicitações têm como base denúncias contra o prefeito, investigado por supostamente comandar uma organização criminosa que teria desviado mais de R$ 109 milhões da saúde pública. Suman chegou a ser preso pela Polícia Federal (PF) em 15 de setembro e solto três dias depois, por decisão da Justiça. Ele retornou ao cargo em 20 de setembro.
A prisão do prefeito aconteceu durante o cumprimento de mandados de busca e apreensão pela Operação Nácar, da PF. As ações aconteceram na casa do prefeito e do secretário municipal de Educação, Marcelo Nicolau, que também foi preso na ocasião. Nos imóveis de ambos, foram encontradas grandes quantias em dinheiro.
O prefeito negou os fatos quando foi solto e disse que seguia “mais forte e determinado" para provar sua inocência. Ressaltou que sua prisão foi uma “atrocidade” e que o dinheiro encontrado pela polícia tem origem lícita.