Cadela resgatada com câncer em Guarujá precisa de ajuda para terminar tratamento

A cadela 'Peixinho' tem aproximadamente três anos, e foi resgatada de uma usuária de drogas no dia 12 de fevereiro em Guarujá. "Ela vivia jogada pelas ruas, se alimentava de lixo e restos, e chegou aqui muito maltratada. Estava com muitos fungos, machucada, assustada, tinha a pele ruim, mas mesmo assim não deixava de amamentar e dar carinho aos quatro filhotes que haviam acabado de nascer", explica a coordenadora do Canil Municipal, Vivi Vargas.

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Vargas acompanha todos os animais que estão no local, e o tratamento de cada um. Ela chegou a perceber um comportamento diferente em Peixinho, que apesar de carinhosa com os filhotes, ficava afastada deles depois de amamentar. A cadela teve 10 filhotes nas ruas, mas somente 4 sobreviveram e foram levados com ela.

Dois deles ao chegarem no canil já foram adotados rapidamente, e restaram outros dois. "Entrou uma família que procurava por um gato, mas ao verem os filhotes se apaixonaram e já disseram 'queremos levar os dois!' e iniciaram o procedimento de adoção". Peixinho estava agora sozinha.

Com a 'missão cumprida', já com os filhotes todos adotados, a cadelinha ficou mais debilitada a cada dia, e começou a sangrar. A veterinaria Chefe dos Animais Internos do Canil, Gisele Gomes Nascimento, após exames, diagnosticou TVT (tumor venéreo transmissível), que acomete as mucosas do animal, e por isso pode ser transmitido para outro com certa facilidade antes de ser tratado. "Já existem relatos de casos de metástase, antigamente chamavam de 'tumor benigno'. O tratamento responde muito bem à quimioterapia", explica a veterinária.

Mãe protetora

Foi quando Peixinho ficou sem os filhotes que a equipe começou a entender melhor o seu comportamento de se afastar. Ela provavelmente estava protegendo os filhotes do contato, visto que a doença que tinha, naquela etapa em que estava, era contagiosa e poderia ser transmitida para eles. "Ainda não tínhamos diagnosticado, mas o instinto materno dela provavelmente atuou na proteção da prole", disse a veterinária.

Vincristina

"Peixinho reagiu muito bem ao tratamento e terá mais algumas sessões, e só depois disso poderá ser levada. Já está até castrada, quase pronta para adoção, e já estamos conversando com os interessados. Porém, estamos precisando muito de doações do medicamento Vincristina, que nem é tão caro, custa em torno de R$ 35 cada dose. Nós não aceitamos dinheiro, só o medicamento, porque será usado na fase final da Peixinho", explica Vivi.

Vida normal

A coordenadora conta que após as últimas sessões que faltam, a cadelinha terá vida normal e estará curada da doença. "Conto muito com as pessoas para poderem ajudar não só a ela, como outros animais que podem usar o medicamento, por isso a doação vai nos auxiliar tanto", completa.

Quem quiser fazer doações do Vincristina, ou se interessar pela adoção da Peixinho, pode entrar em contato com o Canil Municipal. Os agendamentos são somente pelo telefone (13) 3387-7197, e por conta da pandemia, entre 8h e meio dia, ou das 13h às 17h. O endereço do canil é avenida Maria Lídia Rêgo Lima, 301, no Jardim Conceiçãozinha, em Vicente de Carvalho.

"Em breve ela estará bem, e curada. Peixinho é muito dócil e carinhosa, e só precisará de alguém que a ame e retribua o carinho", finaliza Vivi.