Vítimas de acidente em rodovia de Santos eram madrinha e afilhado: 'Unha e carne'

Valéria Nascimento e Allan Jonathan moravam em Guarujá e estavam com as famílias no carro durante acidente

Por: Ágata Luz  -  19/07/21  -  06:48
  Valéria tinha 36 anos e era madrinha de Allan, de 32
Valéria tinha 36 anos e era madrinha de Allan, de 32   Foto: Reprodução/Facebook

"Unha e carne". É assim que o técnico de enfermagem Paulo Ricardo Alves da Silva, de 33 anos, descreve a relação entre Valéria Nascimento, de 36 anos, e Allan Jonathan, de 32, vítimas do acidente que aconteceu na última sexta-feira (16), em Santos. Amigo de Valéria há cerca de 10 anos, o técnico de enfermagem conta que todos moravam em Guarujá e a mulher era madrinha de Allan.


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Em conversa com A Tribuna, Paulo explica que conheceu a amiga quando os dois trabalharam juntos em uma loja de departamento em 2011. Porém, nenhum deles estava mais no antigo emprego, já que ele começou a atuar em um hospital e Valéria se tornou atendente de telemarketing. A amizade, portanto, permaneceu. "Nos tornamos grandes amigos para tudo. Comecei a frequentar a casa dela e ela a minha, então surgiu nossa amizade inseparável", relata.


Desta forma, o técnico de enfermagem conheceu Allan, pois ele era afilhado de Valéria. "Frequentei a casa do Allan e também me tornei muito amigo da família dele. Então praticamente eu me tornei amigo de ambas as famílias. Todos foram em meu casamento em 2015", destaca Paulo. Sempre presentes nas vidas uns dos outros, o técnico de enfermagem considera a relação com Valéria 'como irmãos'.


Da mesma maneira, a atendente de telemarketing era ligada a Allan. "A relação deles era a melhor possível", relembra Paulo. Em entrevista à A Tribuna, o técnico de enfermagem diz que a última conversa com Valéria foi uma 'briga': "Sempre um brigando com outro por não ser mais presente do que éramos. Era sempre besteira ou zoeira". Ele diz que os dois conversavam por telefone frequentemente, mas fazia cerca de um mês que não se viam pessoalmente.


A mulher deixou o marido e uma filha pequena, com quem tinha muitos sonhos e planos. "Ela só pensava em conquistas", relata Paulo. Segundo ele, a amiga vivia de bom humor, pois sempre estava sorrindo: "Nunca a vi triste, nunca trazia os problemas pessoais para as pessoas. Só existia felicidade, pode parecer exagero, mas realmente é a pura verdade".


  À esquerda, Valéria aparece ao lado do amigo Paulo. À direita, ela está com o afilhado Allan, que também foi vítima do acidente
À esquerda, Valéria aparece ao lado do amigo Paulo. À direita, ela está com o afilhado Allan, que também foi vítima do acidente   Foto: Arquivo Pessoal/Paulo Ricardo

"Sinônimo de paz , alegria , amor a família, amiga para toda hora. O que for de coisas boas na vida era ela, até me emociono quando falo isso", descreve o técnico de enfermagem sobre Valéria. Ele conta que os dois se divertiam muito juntos, pois adoravam dançar forró e beber cerveja.


Além disso, os dois também viajavam juntos. "Ela era muito devota a Nossa Senhora Aparecida", lembra Paulo. De acordo com o técnico em enfermagem, ele ia todo ano em excursões ao Santuário junto com a família de Valéria.


Acidente


De acordo com Paulo, havia cinco pessoas no carro durante o acidente que tirou a vida de Valéria e Allan, mas o técnico de enfermagem não sabe para onde o veículo iria. "Fiquei sabendo do acidente através de um vizinho que mora na mesma rua dela e eu estava trabalhando muito", relata. Ele conta que atua em plantão de 12 horas, por isso não mexe no telefone celular.


O amigo das famílias das vítimas conta que dentro do veículo também estava a mãe de Allan e a cunhada e o irmão de Valéria, o último como motorista. "Mas ele não bebia e não usava nenhum tipo de entorpecente", enfatiza Paulo.


Após perder os dois amigos para a fatalidade, o técnico de enfermagem afirma que ambos merecem muitas homenagens e sempre irá eternizar as pessoas que eram. "Me deixou para morar com Deus", finaliza.


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