Novas cepas 'contribuem' para queda no número de mortes de idosos na Baixada Santista

Variantes do coronavírus afetam mais jovens e ainda não é possível relacionar a queda no nº de óbitos com a vacinação

Por: Redação  -  30/04/21  -  08:08
      A mutação amazônica da covid-19 já se reflete nas estatísticas da doença
A mutação amazônica da covid-19 já se reflete nas estatísticas da doença   Foto: Vanessa Rodrigues/AT

A mutação amazônica da covid-19 já se reflete nas estatísticas da doença na região, segundo especialistas ouvidos por A Tribuna para análise de dados enviados pelas prefeituras da Baixada Santista. Na prática, caiu a quantidade de mortos com mais de 60 anos e há pessoas mais jovens sendo afetadas pelo coronavírus. Em Santos, considerando os óbitos registrados em pessoas acima de 60 anos, a queda foi de 15% este mês, na comparação com março. Já no grupo de 70 anos ou mais, a queda é de 42%.


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Para o infectologista Jacyr Pasternak, esses números têm mais a ver com novas cepas (principalmente a amazônica) do que com a vacinação. “A quantidade de idosos que tomou as duas doses de vacina ainda é muito pequena, afetando apenas a faixa etária acima dos 70 anos. É necessário aguardar ao menos duas semanas para receber a segunda dose, e isso no caso da CoronaVac, em que o intervalo é o menor”.


Em São Vicente, foram 67 idosos mortos entre o total de 87 óbitos do mês de março. Já este mês, após a fase mais restritiva, foram 49 mortes confirmadas, sendo 33 idosos. “De um mês para o outro, a queda foi de 50,7%. Apesar de ser uma queda grande, não necessariamente tem a ver com a quantidade de vacinados. Temos muito mais jovens infectados e, consequentemente, morrendo pela doença”, avalia o infectologista Eduardo Santos.


Em Itanhaém, foram registrados 11 óbitos em vítimas com mais de 60 anos em fevereiro, 24 em março e 19 até o dia 16 de abril. “Não pudemos observar uma queda no número de mortos com mais de 60 anos ainda, pois tivemos o agravante da chegada de uma variante muito mais transmissível e letal”, explica o especialista.


Em Peruíbe, a queda na quantidade de mortos acima de 60 anos também foi registrada. Dos 84,9% em março, eram 74,14% este mês. As prefeituras de Cubatão, Guarujá e Praia Grande não responderam até o fechamento desta edição.


Outro lado


A morte de pessoas com 60 anos ou mais em Bertioga representou 57% em março e 75% em abril. “A pasta acrescenta que, até o momento, não foi observada a queda do número de óbitos desta faixa etária”, explicou nota enviada à Redação.


Em Mongaguá, houve aumento nas mortes, de 5 pessoas acima de 60 anos em março para 10 em abril. Para a infectologista Viviane Sampaio de Almeida, isso mostra que ainda não é possível observar uma redução das mortes em idosos por conta da vacinação. “Só se está imunizado com as duas doses completas”.


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