UTIs covid na Baixada Santista ultrapassam 73% de ocupação e colapso pode vir em duas semanas

Há cinco dias, na quarta-feira (10), índice era de 62%; média de internações diárias não para de crescer

Por: Maurício Martins  -  16/03/21  -  09:32
Nos últimos cinco dias, a ocupação de UTIs na região saltou mais de 11 pontos percentuais
Nos últimos cinco dias, a ocupação de UTIs na região saltou mais de 11 pontos percentuais   Foto: Vanessa Rodrigues/AT

Se a Baixada Santista mantiver o atual ritmo crescente na ocupação de leitos de UTI para covid-19, em duas semanas a rede de saúde pode sofrer um colapso. Isso significa que não haverá mais vagas internar pacientes graves, seja na rede pública ou privada.


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Nos últimos cinco dias, a ocupação de UTIs na região saltou mais de 11 pontos percentuais, de 62%, na última quarta-feira (10), para 73,1% nesta segunda (15) segundo dados do Governo Estadual. No estado, a taxa nesta segunda era de 89% em UTIs e 76% em leitos e enfermaria.


As novas internações seguem de forma acelerada nas nove cidades, com 94 novas nesta segunda – 38,2% a mais do que há cinco dias, quando estava em 68. Em relação a 23 de fevereiro, quando a média era de 38, o aumento é de 147,3%.


Cidades


Em Santos, a taxa de ocupação de UTI estava em 72% nesta segunda. A Prefeitura já anunciou a intenção de abrir mais 60 vagas, o que deverá começar nos próximos 10 dias, segundo o prefeito Rogério Santos (PSDB).


Praia Grande estava com 80%, sendo que 11 de UTI leitos da Casa de Saúde na Cidade estavam esgotados. A Cidade estuda a abertura de 50 novos leitos de UTI, ainda não há prazo definido.


Cubatão, com 100% de ocupação na UTI COVID do Hospital Municipal. “Os últimos dias têm registrado espera por leitos nas unidades de urgência do município”, diz a Prefeitura, em nota, informando que está tratando a abertura de novos leitos com o Estado.


Guarujá informa que em pouco mais de 40 dias, a ocupação dos leitos de UTI passou de 18% (oito pacientes) para 67% nesta segunda (30 pessoas).


A Prefeitura de São Vicente, que tem nove leitos de UTI para atender pacientes com covid-19 informou que todos estava desocupados nesta segunda, mas que seus 10 leitos de enfermaria estavam com 100%.


Em Mongaguá não tem UTI e informou que quatro moradores graves aguardavam transferência para hospitais de referência que atendem ao Município.


Peruíbe informou que não possui UTIs e que cinco pacientes da cidade estão na fila de espera por leitos em outros municípios. Já Bertioga possui 10 leitos de UTI, 90% ocupados.


Itanhaém e Bertioga não informaram os números.


Na região, o Estado mantém o Hospital Guilherme Álvaro, em Santos, e o Hospital Regional de Itanhaém
Na região, o Estado mantém o Hospital Guilherme Álvaro, em Santos, e o Hospital Regional de Itanhaém   Foto: Vanessa Rodrigues/AT

Estado


A rede hospitalar estadual na Baixada Santista registrou ocupação de 73% em UTI. Na região, o Estado mantém o Hospital Guilherme Álvaro (HGA), em Santos, e o Hospital Regional de Itanhaém.


O Hospital de Itanhaém tem 10 leitos de UTI covid, todos ocupados nesta segunda. Já o HGA, que chegou a 100% da UTI na semana passada, abriu ontem mais 10 leitos de UTI adulto, ampliando para 30 e reduzindo ocupação para 66,7%.


A diretora do HGA, Monica Mazzurana, explica que já havia ontem pacientes de outros locais aguardando a transferência para o hospital. Ela percebeu que há um aumento de pessoas mais jovens internadas em estado grave e com complicações renais provocadas pela covid-19.


Monica diz que os profissionais de saúde costumam tratar cada paciente como se fosse da família, se colocando no lugar do outro. Para ela, a população também deve se colocar no lugar de médicos e enfermeiros e cumprir as medidas de prevenção para evitar sobrecarga dos hospitais.


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