Uma em cada oito mulheres pode ter câncer de mama e médico alerta para exames periódicos

Pandemia da covid-19 é considerada um obstáculo, pois afastou pacientes de consultórios

Por: Natalia Cuqui  -  16/10/21  -  07:47
 Mulheres com idade a partir de 50 anos devem fazer mamografia e ir a um mastologista anualmente
Mulheres com idade a partir de 50 anos devem fazer mamografia e ir a um mastologista anualmente   Foto: Matheus Tagé/AT

Uma em cada oito mulheres pode ter câncer de mama. Neste ano, no Brasil, cerca de 60 mil diagnósticos deverão ser confirmados. Assim afirma o médico e cirurgião oncologista André Perdicaris, que alerta para a necessidade de exames periódicos a fim de prevenir, identificar e tratar a doença.


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"Infelizmente, ainda é feito o diagnóstico tardiamente, por pura falta de informação", diz o médico. Ele cita outro obstáculo para a detecção desse câncer: a pandemia de covid-19, que, em sua opinião, afastou pacientes de consultórios pelo medo de infecção por coronavírus.


Perdicaris adverte que mulheres com idade a partir de 50 anos devem fazer mamografia e ir a um mastologista anualmente.


Entre os fatores de risco para o câncer de mama, estão ter filhos tardiamente (após os 35 anos), primeira menstruação cedo e menopausa tardia, falta de exercícios físicos, obesidade, alimentação com alto teor de gordura e abuso de álcool e fumo.


Como contrapartida, a amamentação é uma medida preventiva, também de acordo com André Perdicaris. Trata-se, como afirma, de um benefício para a mãe e para a criança alimentada.


Cuidado com a mente
A exemplo de outras doenças, o câncer de mama também requer cuidado psicológico, como orienta a psicóloga Gabriele Costa, especialista em Sexualidade.


Após o diagnóstico, "geralmente, os sentimentos (da paciente) estão associados a raiva, tristeza, angustia, medo. Isso porque é uma doença que gera muita incerteza, porque existe a possibilidade de recorrência ou morte".


As dúvidas podem levar a uma fase de luto, diz Gabriele. Por isso, pessoas próximas a quem recebe a confirmação do câncer também podem precisar de cuidados com a mente — em especial, crianças pequenas e as filhas da paciente.


"Assim como a mulher paciente afetada pelas ameaças da doença, tanto seu parceiro ou parceira podem ser atingidos e podem não ter, no momento, uma estrutura emocional suficientemente fortalecida para enfrentar a situação", reforça a psicóloga.


Dados regionais
A Tribuna
pediu às prefeituras da Baixada Santista informações sobre casos de câncer de mama e mortes decorrentes da doença, por ano. Seis responderam, cada uma de um modo.


Entre elas, Santos, que contabiliza apenas os óbitos: foram 89 em 2018, 97 em 2019 (entre os pacientes, dois homens) e 77 no ano passado. Neste ano, até esta semana, indica-se tendência de alta, pois já houve 74 mortes.


Em São Vicente, desde 2019, houve 107 diagnósticos da doença (dos quais 34 entre janeiro e agosto deste ano) e igual número de encaminhamentos para cuidados na Rede Hebe Camargo de Combate ao Câncer, da rede estadual de Saúde.


Em Mongaguá, um levantamento entre dezembro de 2015 e o último dia 1º indica 1.948 casos de câncer de mama apontados na Cidade por meio de mamografias.


Em Bertioga, foram seis diagnósticos em 2018, dez em 2019, 23 em 2020 e, neste ano, dez ocorrências. Em Guarujá, de 2015 a 2020, atenderam-se 2.162 pacientes — porém, 2.052 fizeram exames fora do SUS ou eram de outras cidades.


Em Cubatão, desde 2018, 94 mulheres foram atendidas pelo Centro de Atendimento Integral à Saúde da Mulher de Cubatão e pela Rede Hebe Camargo. Considerado apenas este ano, foram 13 diagnósticos, todos na rede.


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