Setor hoteleiro da Baixada Santista está otimista com o avanço da vacinação contra covid-19
Próxima temporada começa no final do ano e é esperado um aquecimento do turismo interno
“Vai faltar hotel na temporada”. A previsão é do presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis de São Paulo (ABIH-SP), Ricardo Roman Júnior, que espera por um
“Se tudo correr na normalidade e todo mundo for vacinado como o esperado, vai faltar hotel”, diz Roman Júnior. “As pessoas já viajavam sem vacina. Imagina, agora, vacinados, a expectativa é muito boa”, completa.
O presidente do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares da Baixada Santista (SinHoRes), Heitor Gonzalez também espera que o cenário, com ocupação em alta, se concretize para o setor.
“O problema é que estamos vivendo as dívidas do ontem, as incertezas do hoje e esperamos que a gente chegue vivo para curtir esse mar azul previsto para o final do ano”, diz.
Os hotéis se adaptaram à pandemia. Implantaram protocolos sanitários rigorosos e entenderam que os hóspedes precisam se sentir seguros em todos os ambientes como quartos, áreas comuns, restaurante, entre outros, para se animarem a sair de casa. “Estamos prontos e de portas abertas pra receber todos os turistas”.
“Na Baixada, os grandes hoteis estão abrindo somente de sexta a domingo. Não é para ter lucro é para minimizar os prejuízos, que são tão grandes que a gente não consegue contabilizar”.
O setor também teve de reduzir o quadro de colaboradores. O administrador do hotel e pousada Iracemar, em Guarujá, José de Ávila, conta que tem trabalhado com apenas um funcionário para manter as portas abertas. Na alta temporada, são, pelo menos, oito.
“Tivemos a MP (Medida Provisória) que permitiu a suspensão do contrato de trabalho e isso ajudou bastante. Senão, a gente não teria conseguido sobreviver”.
Este mês, segundo ele, a taxa de ocupação no hotel não chegou a 5%. “Com avanço da vacinação, a partir de setembro devemos começar a engatar os números para a alta temporada. Porém, não teremos o mesmo patamar de 2019, devemos chegar a uns 60% disso”.
Ele diz que devem ser necessários, ao menos, uns três anos para recuperar tudo o deixou de faturar desde o início da pandemia. “Nosso IPTU continua sendo cobrado. Por ser hotel, pagamos água com valor dobrado e sobretaxa na energia elétrica. A única ajuda que tivemos foi a MP do Governo Federal”.
Mais lento
Já a hotelaria de eventos e corporativo é um segmento que deve voltar bem aos poucos, avalia o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis de São Paulo (ABIH-SP).
“Existe essa demanda. Mas o corporativo será o último a voltar ao normal, se voltar. Porque, com esse novo jeito que aprendemos a trabalhar e a fazer eventos híbridos, ainda há uma incógnita de como vai retornar de fato”.
Para o setor, há lições a serem tiradas de toda a dificuldade enfrentada nos últimos 15 meses. Uma delas foi aprender a trabalhar com um custo menor. A outro foi perceber o surgimento de um novo público, que é o executivo que está atuando em home office e não precisa mais que viajar a trabalho.
“Ele pode morar em uma cidade por uma semana ou duas. Pode estender o final de semana e trabalhar on-line. Esse público já existe, tem demanda para isso e a maioria dos hotéis já se adaptou a essa realidade”.
Recuperação
Ricardo Roman Júnior, Presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis de São Paulo (ABIH-SP) - “A hotelaria passou por uma crise no governo Dilma, em 2015. Houve uma queda muito drástica na ocupação e na diária média. Demoramos quatro anos para voltar aos mesmos números de 2015. Agora, com covid-19, são duas crises em uma: a sanitária e a econômica. Então, estimamos mais três anos para voltar aos números de 2019, em ocupação e diárias”.
Heitor Gonzalez, Presidente do SinHoRes - “O brasileiro não pode viajar por seus destinos favoritos no exterior, por mais que a vacinação corra bem. Então o mercado interno promete ser forte e, com isso, no litoral também devemos ter esse reflexo. Isso nos faz ter uma previsão de, a partir de setembro, haver um crescimento na procura pela região e um pico muito grande em janeiro”.