Secretários da região estudam pedido de reforço por causa do coronavírus

Cenário mais pessimista indica 45 mil pessoas com a doença nos próximos quatro meses na Grande São Paulo, o que exigiria 10 mil leitos de UTI

Por: Eduardo Brandão & Da Redação &  -  13/03/20  -  10:18
Os efeitos colaterais da Covid-19
Os efeitos colaterais da Covid-19   Foto: Bruno Rocha/Estadão Conteúdo

A Secretaria Estadual da Saúde projeta uma explosão do número de infectados pelo novo coronavírus (Covid-19) no País. O cenário mais pessimista indica 45 mil pessoas com a doença nos próximos quatro meses na Grande São Paulo, o que exigiria 10 mil leitos de UTI. A situação faz com que secretários municipais de Saúde da região estudem pedir reforço à estrutura da rede pública local. 


A situação foi detalhada na quinta-feira (12) pelo coordenador do Centro de Contingência para o Coronavírus, David Uip. Ele explicou que o cenário havia sido apresentado a médicos do Incor, na Capital, quarta-feira. Entre eles, o diretor de Cirurgia Torácica do próprio Incor, Fábio Jatene, que teve um aúdio viralizado no WhatsApp por citar que “dificilmente a rede de saúde dará conta de atender todos os casos graves”. 


A veracidade do arquivo foi confirmada por Uip, que destacou que hospitais de referência estão sendo preparados para o cenário de emergência. Segundo ele, a estimativa de novos casos leva em consideração quadros com projeções entre 1% a 10% da população paulista acima de 50 anos com sintomas graves da doença. “Mas isso (utilização dos leitos de UTI) não acontece de uma só vez”, ponderou. 


Calma


“Até o momento, não há caso confirmado em Santos e na região, apenas suspeitas. Na prática, não existe a circulação do vírus”, diz o secretário de Saúde de Santos, Fábio Ferraz. 


Contudo, o titular da pasta reconhece ser uma questão de tempo para o registro dos primeiros pacientes na Baixada Santista. A proximidade com a Grande São Paulo é um dos pontos favoráveis à circulação do vírus na região. Segundo o Estado, dos 46 casos confirmados do Covid-19, 44 são moradores das cidades ao redor da Capital (e apenas dois do Interior). 


“Intensificamos e criamos protocolos para uma resposta ágil de acolhimento inicial aos pacientes em casos suspeitos”, continuou Ferraz. As autoridades regionais de vigilância epidemiológica definiram, no final do mês passado, os parâmetros de internação e de prevenção ao vírus.


Ainda assim, a ampliação da rede local de atendimento já é estudada por gestores locais. O planejamento regional será apresentado terça-feira (17), em reunião com diretores regionais de Saúde no Centro de Contingência, na Capital. O encontro vai indicar os protocolos clínicos de atendimento a casos de coronavírus.


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