Santos tem o maior número de eleitoras entre as 645 cidades do estado de São Paulo

Os dados foram apurados por A Tribuna com base em informações divulgadas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE)

Por: Sandro Thadeu  -  20/07/22  -  19:25
Atualizado em 20/07/22 - 22:55
Do eleitorado santista, 55,39% são mulheres, conforme dados do TSE. Na Baixada, são 114.115 eleitoras a mais do que homens aptos a votar
Do eleitorado santista, 55,39% são mulheres, conforme dados do TSE. Na Baixada, são 114.115 eleitoras a mais do que homens aptos a votar   Foto: Alexsander Ferraz/AT

Santos tem a maior proporção de eleitoras entre as 645 cidades paulistas. Elas representam 55,39% dos aptos a votar neste ano, como apurou A Tribuna, com base em dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).


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Em nível nacional, o Município ocupa a nona colocação, atrás de Maceió (AL), Niterói (RJ), Olinda (PE), João Pessoa (PB), Aracaju (SE), Caruaru (PE), Recife (PE) e Queimados (RJ). Salvador (BA) está em décimo.


Todas as cidades da Baixada Santista têm mais mulheres votantes do que homens. Em termos proporcionais, quatro também aparecem com destaque no Estado: Praia Grande (54,54%, em quinto lugar), Itanhaém (53,95%, em 12º), São Vicente (53,83%, em 15º) e Mongaguá (53,61%, em 21º).


As demais são Peruíbe (53,4%, na 33ª colocação), Guarujá (52,88%, em 65º posto), Cubatão (51,75%, em 219º) e Bertioga (51,46%, em 272º).


A Baixada tem 773.403 eleitoras. São 114.115 mulheres a mais do que homens aptos a ir às urnas no dia 2 de outubro — 38.379 somente em Santos.


No Estado

Santos ocupa as duas primeiras posições entre as 780 zonas eleitorais do Estado com maior concentração de eleitoras.


Em primeiro lugar, está a 273ª (com 56,44%; há 69.633 mulheres), que engloba os moradores dos bairros Boqueirão, Campo Grande, Gonzaga, José Menino, Marapé, Pompeia e Vila Belmiro.


O segundo posto é ocupado pela 272ª (55,65%; 62.420 eleitoras), que abrange os votantes de Aparecida, Embaré, Estuário, Macuco e Ponta da Praia.


Dos 117 locais de votação de Santos, a maior concentração de mulheres está na Unidade Municipal de Educação (UME) dos Andradas 1, na Aparecida, onde 61,44% do eleitorado é do gênero feminino.


A 317ª zona, de Praia Grande, aparece no sexto lugar desse ranking paulista, com 55,12% (64.728). Ela atende os munícipes residentes na área que vai do Canto do Forte até o Tupi.


Análises

A cientista política e professora universitária Clara Versiani entende que a questão da representatividade feminina ainda não avançou o suficiente para garantir um número considerável de mulheres eleitas.


“A cada eleição tem se tornado mais frequente a discussão em torno deste tema, mas o cenário ainda é predominante masculino e branco. Não acredito que isso mude tão cedo”, afirma a docente.


Clara entende que, quanto mais ativo em termos políticos, econômicos e sociais, o eleitorado feminino apresenta demandas, reivindicações e interesses específicos. Por isso, os critérios de escolha dos candidatos podem, sim, variar de acordo com o gênero.


A professora considera que as preocupações das mulheres, à primeira vista, não diferem das dos homens. No entanto, “a rejeição forte, como indicam as últimas pesquisas, de parte significativa do eleitorado feminino a candidaturas identificadas com um comportamento sexista é indicativo de especificidade deste grupo”, justificou.


A professora da Faculdade de Ciências e Letras da Universidade Estadual de São Paulo (Unesp) - Campus Araraquara Maria Teresa Miceli Kerbauy entende que as mulheres terão um papel decisivo na escolha do próximo presidente da República, pois representam 53% do eleitorado e possuem pautas próprias.


"O (Jair) Bolsonaro (PL) é o pré-candidato mais rejeitado por esse público. Nos últimos levantamentos, 61% das entrevistas apontam que não votariam nele de jeito nenhum. Isso ocorre porque o presidente tem uma forma de governo que possui uma característica masculinizada, incita violência, defende as armas e desconsidera as demandas e as preocupações das integrantes do sexo feminino", ressaltou.


A docente acredita que esse é um segmento dos votantes que deverá ter um peso maior no resultado do pleito em relação aos anos anteriores, superando a religião e a escolaridade.


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