Ritmo acelerado de infecção por Covid-19 na Baixada Santista preocupa especialistas

Infectologistas acreditam que um infectado assintomático possa transmitir o vírus para duas ou mais pessoas por dia

Por: Matheus Müller  -  18/03/21  -  13:33
Uso de máscaras ajuda muito, mas manter o distanciamento é fundamental, diz especialista
Uso de máscaras ajuda muito, mas manter o distanciamento é fundamental, diz especialista   Foto: Matheus Tagé/AT

O vírus está no ar e mais presente do que às vezes se imagina: especialistas acreditam que um infectado assintomático possa transmitir covid-19 para duas ou mais pessoas por dia. De acordo com o médico infectologista Marcos Caseiro, embora não haja estudos específicos sobre a Baixada Santista, o que já sabe sobre o vírus e a percepção de quem está na linha de frente, permite traçar esse cenário de contágio. “Em ambiente fechado esse risco de transmissão aumenta. Se está diante de um indivíduo assintomático, tossindo, a chance é mais alta”, afirma.


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A principal forma do contágio é, como se sabe, por vias respiratórias. Por isso, Caseiro ressalta a importância do uso de máscaras, mas aponta que em um momento de grande transmissão, mesmo com a proteção, é possível se contaminar. Assim, manter distância é item fundamental.


Caseiro explica que, ao falar e respirar, o indivíduo acaba por liberar gotículas de saliva e aerossóis. As primeiras, mais carregadas de vírus, por serem mais pesadas, logo caem ao chão. As segundas ainda se mantêm no ar por algum tempo. Em ambientes abertos acabam se dispersando – e aí entra o distanciamento. Segundo ele, estudos apontam que os aerossóis em ambientes fechados podem permanecer por até 3 horas no ar.


Conscientização


A médica infectologista Elisabeth Dotti ressalta que as pessoas autorizadas a trabalhar e que precisam enfrentar certas aglomerações, também são aquelas que buscam se proteger e evitar o contágio. “A preocupação é com o cara que resolveu, só porque a praia está fechada, passear no jardim. Estou vendo gente tomando sol, estendendo a canga e deitando no jardim da praia”.


Elisabeth ressalta que não há só aglomeração em baile funk na periferia, mas nas coberturas e lanchas também. “Não é o pensamento de uma classe econômica, mas de uma classe burra, que não entendeu ainda que o isolamento é extremamente importante”. A médica lamenta a situação e que a população apenas entenda a gravidade da doença ao perder algum conhecido. “É a frase chavão da pandemia: os mortos não importam, até que o morto seja alguém querido seu. É a maior verdade!”.


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