Região tem entre 500 e 600 vagas hospitalares do SUS fechadas

Motivo é a falta de recursos financeiros e humanos para mantê-las

Por: Egle Cisterna & Da Redação &  -  02/07/19  -  16:50
No Guilherme Álvaro, dos 248 leitos, 170 disponíveis; motivo é deficit de 25% no corpo de enfermagem
No Guilherme Álvaro, dos 248 leitos, 170 disponíveis; motivo é deficit de 25% no corpo de enfermagem   Foto: Carlos Nogueira/ AT

Nesta terça-feira (2), quando deveria ser comemorado o Dia do Hospital, a Baixada Santista traz um dado pouco afeito a festejos: de acordo com os parâmetros estabelecidos pelo Ministério da Saúde, pelas características e população, a região tem um deficit de cerca de 800 leitos hospitalares na rede pública.


Para melhorar um pouco a situação e diminuir a demora para o atendimento, o poder público não precisaria investir na construção de nenhum prédio novo. Com um total de 1.923 leitos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), os hospitais têm entre 500 e 600 vagas fechadas por falta de recursos financeiros e humanos para mantê-los.


“Com a crise econômica, houve fechamento de leitos SUS em várias regiões do Estado. É uma equação que estamos tentando melhorar, conversar com nossos prestadores para que a gente possa abrir esses leitos”, justifica a diretora técnica do Departamento Regional de Saúde 4 (DRS-4) da Baixada Santista, Paula Covas.


Uma das unidades afetadas é o Hospital Guilherme Álvaro, administrado pelo Governo do Estado. Das 248 vagas existentes para internação, hoje, menos de 170 estão disponíveis.


“Em visitas ao Hospital Guilherme Álvaro, conversando com funcionários, confirmei que há um deficit de 25% nas equipes de Enfermagem que reflete diretamente nos leitos utilizados”, explica a vereadora santista Audrey Kleys (PP).


Ofício


A vereadora já enviou ofícios ao Governo do Estado pedindo que o secretário estadual José Henrique Germann Ferreira faça uma visita ao hospital para conversar com os técnicos e verificar o que a região está perdendo de leitos por conta desta situação de falta de pessoal.


A diretora do DRS-4 afirma que o secretário tem conhecimento da situação, e que estuda o que pode fazer coma unidade.


Nos municípios


No Hospital dos Estivadores, em Santos, da capacidade de 223 leitos, 151 estão em funcionamento, aguardando recursos para implantar a última fase do projeto. Além disso, a Administração Municipal está desenvolvendo projeto para que a reforma no Pronto Socorro da Zona Noroeste amplie de 67 para 106 leitos.


Apesar da demanda, o secretário municipal de Saúde, Fábio Ferraz, considera o cenário santista favorável. “Santos é superavitário em vagas, atende fortemente toda a região, mas não há vagas para todos. É preciso abrir os hospitais de Itanhaém e de Bertioga para atender as extremidades”.


Em Guarujá, são 194 leitos no Hospital Santo Amaro, mas a Prefeitura afirma que seriam necessários outros 45 leitos para atender a demanda da cidade. Por nota, a Prefeitura informa que está dialogando com o Estado para maior aporte financeiro nos hospitais da região.


Em Bertioga, o Estado cancelou um convênio que previa a ampliação do Hospital Municipal, cuja capacidade passaria de 49 para 59 leitos.


O Hospital Municipal de Cubatão funciona hoje com 75 leitos SUS. Antes da reforma, finalizada em 2017, a unidade tinha 166 vagas para a rede pública.


Em Mongaguá, são 34 leitos no hospital municipal, mas 11 vagas do Pronto Socorro Central estão inoperantes por conta de obras de remodelação.


São Vicente informa ter 130 leitos, divididos por múltiplas especialidades, todos em funcionamento.


Paula afirma que o Estado está pleiteando junto ao Governo Federal aumento de repasses de verba e novos recursos para garantir mais leitos.


Esforço


Paula Covas afirma que a situação pode melhorar como novo hospital de Peruíbe, a reforma e ampliação da unidade de Bertioga, o Hospital Regional de Itanhaém e o Hospital de Registro, que deve ser referência para Mongaguá e Peruíbe. “O esforço dos gestores é para que a gente não feche mais vagas. Se estes recursos que estamos pleiteando não vierem, vamos ter que pensar como garantir a assistência na região”, conclui a diretora do DRS-4.


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