Prefeituras vão fornecer merenda a famílias de alunos em maior vulnerabilidade
Mesmo com aulas suspensas, municípios vão criar estratégias para ajudar na alimentação de alunos que mais precisam
Os prefeitos das nove cidades da região decidiram distribuir alimentos a crianças que não estão frequentando as escolas por conta da suspensão das aulas. A medida faz parte de um pacote divulgado nesta quinta-feira (26) pelo Conselho de Desenvolvimento da Região Metropolitana da Baixada Santista (Condesb), após mais uma reunião para discutir estratégias regionais de combate à pandemia da Covid-19.
A ideia é que, mesmo com as atividades educacionais interrompidas, as prefeituras forneçam kits, cestas ou refeições, de acordo com a realidade municipal, para garantir o necessário para às famílias em vulnerabilidade social. Também ficou determinado que será encaminhado ofício ao Governo de São Paulo para que o estado faça o repasse dos recursos para a merenda escolar como forma de manter o programa de alimentação.
Antes mesmo da decisão conjunta, porém, alguns municípios já estavam fornecendo a merenda ou se organizando para isso. Em Guarujá, por exemplo, a prefeitura reabriu as portas da rede na terça-feira (24) para ofertar alimentação aos estudantes.
A medida acatou uma recomendação do Ministério Público que pediu a adoção da estratégia no enfrentamento do novo coronavírus. Ainda assim, as aulas permanecem suspensas. A prefeitura guarujaense afirma que as refeições são oferecidas em marmitex e que as escolas mantêm dois horários para alimentação dos alunos: das 11h às 12h e das 14h às 15h.
Em Praia Grande, a Secretaria de Educação fez o mapeamento para diagnosticar quantos alunos estão em situação de vulnerabilidade social. E começou, também na terça-feira, a distribuir produtos perecíveis e com data de validade estipulada para os próximos meses. As famílias beneficiadas retiram os itens na unidade onde a criança está matriculada.
Estudos
Antes da decisão do Condesb, a Secretaria de Educação de São Vicente já fazia um levantamento dos alunos que necessitam de alimentação complementar elaborando um plano estratégico para atendê-los, com previsão de início para a próxima semana.
Em Peruíbe, a administração municipal também tinha dado início ao estudo de uma forma de promover ação de complementação alimentar envolvendo as secretarias de Educação e Assistência Social. Assim como a Prefeitura de Bertioga, que já estava estabelecendo uma logística para realizar a distribuição sem provocar aglomerações.
Lá, a previsão é que, entre 15 e 20 dias, comecem a ser distribuídos kits de alimentos com itens para atender uma média de quatro crianças por família em situação de vulnerabilidade social e risco alimentar.
Estado
Na última quarta-feira (25), o governador João Doria (PSDB) anunciou o programa Merenda em Casa. A iniciativa irá repassar R$ 55 por mês (até perdurar a suspensão das aulas) às famílias de cerca de 700 mil alunos da rede estadual, que recebem o Bolsa Família ou vivem em condição de extrema pobreza, de acordo com o Cadastro Único do Governo Federal.