Prefeitos da Baixada Santista definem possível abertura gradual das atividades econômicas

Reunião agendada para a tarde desta quarta-feira (22) debaterá o plano de retomada das atividades estaduais, a ser apresentado pelo governador João Doria no começo da tarde

Por: Eduardo Brandão  -  22/04/20  -  10:52
Possível flexibilização das atividades econômicas ocorrerá após 10 de maio
Possível flexibilização das atividades econômicas ocorrerá após 10 de maio   Foto: Alexsander Ferraz/AT

O governador João Doria (PSDB) detalha, a partir das 12h30 desta quarta-feira (22), o plano de reabertura gradual das atividades econômicas paulistas, paralisadas pela quarentena para conter a escalada do novo coronavírus. Após o anúncio, os nove prefeitos da Baixada Santista voltam a se reunir para traçar uma estratégia conjunta de possível flexibilização do comércio e demais segmentos financeiros, após 11 de maio.


O encontro com os chefes dos Executivos locais está marcado para as 16 horas e será de forma remota. O prefeito de Santos e presidente do Condesb, Paulo Alexandre Barbosa (PSDB) afirma que qualquer movimento de reabertura econômica será tomada após a quarentena estadual (10 de maio).


“Estamos fazendo todos os esforços para, o mais rápido possível e com responsabilidade, garantir o retorno das atividades e para que seja realizado gradualmente a partir do dia 11 de maio. Mas, de forma controlada e sem oferecer riscos à população ou a necessidade de voltar a ter quarentena (posteriormente)”, diz. 


Barbosa pondera a utilização de critérios técnicos para “balizar as decisões apoiadas em evidências científicas, garantindo um plano completo de retorno das atividades”. 


Com base nas recentes decisões do colegiado, a expectativa é que uma posição aos moldes a ser anunciada pelo governo paulista. “Acertada a decisão (de Doria). Ao se mergulhar numa crise, é preciso planejar o retorno, buscando argumentos e instrumentos técnicos para voltar a respirar”, resume o prefeito de São Vicente, Pedro Gouvêa (MDB).


Quatro das cinco maiores cidades regionais já ampliaram a lista de atividades comerciais permitidas - Santos é a exceção. “Não podemos mais ter a economia parada. É preciso flexibilizar, mas com responsabilidade e uniformizada entre as cidades (da região). Senão, um município que seguir a risca as determinações pode sofrer as consequências de outro, que não as adotou”, diz o prefeito de Praia Grande Alberto Mourão (PSDB). 


Fases distintas


Definida pelo vice-governador, Rodrigo Garcia (DEM), como “quarentena heterogênea”, a reativação da economia paulista se aplicará gradualmente em etapas, usando dados epidemiológicos. 


Pelas redes sociais, Doria adiantou, na noite de segunda-feira (20), que a medida só terá validade após 10 de maio, quando se esgota a segunda prorrogação das regras de isolamento social no Estado. E pediu que a população mantenha o índice de isolamento social.


Até essa data, o governo estadual espera ter dados mais detalhados sobre a taxa de contágio e quantidade de municípios paulistas com casos confirmados da covid-19. Com mais de mil mortos, o Estado de São Paulo concentra dois de cada cinco óbitos no país por decorrências da pandemia. “Ainda não é o momento de tudo voltar à normalidade, seria um caos”, continua Mourão.


O plano estadual, que até o final da tarde desta terça-feira (21) estava em fase de ajustes técnicos, terá como base a curva epidemiológica, oferta de leitos e capacidade de testes em cada uma das 16 regiões administrativas do Estado. Esses critérios vem sendo utilizados pelas cidades da região que ampliaram a lista de atividades permitidas.


O médico e prefeito de Guarujá, Válter Suman (PSB), acrescenta que o avanço ou recuo da retomada da economia está relacionada à evolução pandemia. “A posição do governador vai ao encontro da decisão já adotada na cidade, que a partir desta terça-feira (21) optou pela flexibilização das normas impostas ao comércio. O município é a favor de uma abertura gradual, desde que pautada por cuidados específicos e normas rígidas”.


Grupos de médicos, epidemiologistas, empresários, economistas e técnicos do governo discutem em que regime e quais essas atividades poderão funcionar. Também que tipo de segurança que haverá para trabalhadores e clientes das empresas. 


As cidades da região que ampliaram os segmentos comerciais permitidos fizeram uma lista de exigência, como uso de máscaras e luvas, locais para higienizar as mãos e limite no número de clientes nos estabelecimentos.


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