População da Baixada Santista cresce o equivalente a 16.129 pessoas em um ano

Os números constam nas estimativas anuais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)

Por: Rafael Motta & Tatiane Calixto & Da Redação &  -  29/08/20  -  21:00
Especialistas dizem que autoridades precisam pensar em políticas que incluam os idosos na sociedade
Especialistas dizem que autoridades precisam pensar em políticas que incluam os idosos na sociedade   Foto: Alexsander Ferraz/AT

A população estimada da Baixada Santista cresceu 0,9% entre 2019 e este ano, o equivalente a 16.129 pessoas. Agora, são 1.881.706 residentes.


O aumento é inferior ao registrado entre 2018 e ano passado, de 1,3% (16.743 habitantes novos). Porém, continua superando as médias estadual e nacional, ambas de 0,8%.


Os números constam nas estimativas anuais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com dados relativos a 1º de julho de cada ano.


>> Confira a evolução da população na Baixada Santista


Em números absolutos, Praia Grande é, de longe, a cidade que mais ganhou moradores – 5.772 em um ano. Depois, vêm São Vicente (2.557) e Guarujá (2.291). Em termos proporcionais, Bertioga continua à frente: alta de 2,3%.


Novamente, o município que teve o menor incremento populacional, tanto em termos absolutos quanto relativos, foi Santos. De 2019 para este ano, estimam-se 345 novas pessoas, com mais 0,1%. Sem arredondamento, 0,08%, igual ao dos 12 meses anteriores.


As estimativas do IBGE confirmam a dinâmica regional, mostrando estagnação em Santos e maior crescimento proporcional nas extremidades, com Bertioga (ao norte) e as cidades ao sul puxadas por Praia Grande (+1,8%, seguida por Mongaguá, com 1,7%, Itanhaém, com 1,3%, e Peruíbe, com 1,1%).


As demais cidades – Cubatão, Guarujá e São Vicente – tiveram evolução idêntica na quantidade estimada de moradores: 0,7%.


Análise


Para Angela Frigerio, especialista em Geociências e professora de Geografia, os números apontados pelo IBGE confirmam uma tendência de desaceleração do crescimento populacional na região da Baixada Santista. Ainda que o ritmo de crescimento seja superior ao do Estado e do Brasil. 


“Esta desaceleração, dentre outros componentes, reproduz a diminuição das taxas de fecundidade e de natalidade”, afirma Angela. Uma necessidade das famílias oferecerem melhores condições de vida aos filhos, consolidando, inclusive, uma mudança cultural. 


Angela pontua, no entanto, que o menor crescimento populacional, persiste nos municípios da área central da região metropolitana da Baixada, uma vez que corresponde à área dos núcleos mais tradicionais, com estrutura urbana consolidada desde a metade do século 20, com infraestrutura instalada e padrão de vida geralmente mais elevado. 


“Assim, há um extravasamento da população para as áreas mais periféricas, a exemplo de Bertioga, Praia Grande e Litoral Sul, por conta da formação de novos arranjos familiares e domiciliares – atraídos por moradias novas e mais acessíveis – e, ao mesmo tempo, da vontade dessas pessoas desfrutarem de vida em cidade litorânea”.


Por isso, a especialista aponta que o crescimento sustentável desses municípios também passa por uma ação metropolitana atenta aos fenômenos da dinâmica populacional regional. Isso quer dizer, uma ação integrada de mobilidade urbana, saneamento e de serviços, para que sejam feitos investimentos necessários de modo a garantir as funções públicas de interesse comum de uma maneira articulada. 


“E, consequentemente, proporcionar qualidade de vida para a população”, finaliza Angela.


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