PDT planeja fortalecer a Baixada Santista para eleições de 2022

Membros do partido enxergam resultado nas urnas em 2020 como decepcionante e falam em trabalho nas bases

Por: Bruno Gutierrez  -  28/06/21  -  10:45
   Airton Amaral analisa a Baixada Santista como prioridade
Airton Amaral analisa a Baixada Santista como prioridade   Foto: Reprodução/Facebook

Após um mau desempenho nas urnas nas eleições municipais de 2020, o PDT enxerga a Baixada Santista como um ponto a ser fortalecido, visando o pleito de 2022. O partido não conseguiu eleger nenhum candidato ao Executivo ou Legislativo na região.


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Secretário-geral da legenda no estado de São Paulo, Airton Amaral explicou que a região está no radar do presidente Carlos Lupi para o fortalecimento do partido. Segundo ele, o partido deve definir as ações futuras até setembro deste ano.


"Temos um deadline, que é setembro, que o partido deu para acontecer uma série de coisas em São Paulo. A gente imagina que até lá terá uma maior população vacinada. Esperamos que a questão da pandemia esteja melhor controlada para podermos fazer algumas movimentações, reuniões, levar o Ciro (Gomes), enfim. A partir de setembro vamos fazer uma avaliação desse cenário, e um dos primeiros locais que a gente vai discutir e ver como caminho será a Baixada. Hoje, a única definição que nós temos é que a Baixada é uma prioridade", disse.


Amaral estima que o PDT lançará, na região, entre três e quatro candidatos a deputado federal. Já os candidatos na esfera estadual devem ser definidos pelos nomes escolhidos para concorrer à Câmara dos Deputados.


O secretário-geral da legenda avalia que o partido teve um mau desempenho em 2020 no estado, não só na Baixada Santista, também, por uma dificuldade histórica que o trabalhismo enfrenta em São Paulo. Além disso, quadros que passaram pelo PDT não contribuíram para a consolidação do partido.


"Brizola perdeu porque não teve voto suficiente em São Paulo. Entendemos que tem dificuldades históricas e também porque as lideranças que passaram pelo PDT não contribuíram. Nós tivemos um mandato de 10 anos do Paulinho da Força, e ele nunca fortaleceu o PDT para valer. Ele sempre trabalhou numa construção periférica e, mais adiante, criou o Solidariedade. Toda a estrtrutura que deveria ser PDT, na verdade, virou Solidariedade. São problemas de estrutura do partido que o (Diretório) Nacional entende que tem que ter uma ação maior. Por parte disso, o próprio presidente Lupi assumiu o mandato de presidente em São Paulo. Justamente para buscar fortalecer", comentou.

"Mas, nós temos a consciência que a Baixada é extremamente importante para a eleição do Ciro e para que a gente tenha um bom desempenho, precisamos ter bons candidatos a federal e que esses federais tem que lançar candidatos estaduais também", emendou.


Trabalho de base nas cidades da Baixada Santista


   José Manoel Ferreira Gonçalves, presidente do PDT Guarujá e Rogério Batista da Costa, presidente do PDT Praia Grande
José Manoel Ferreira Gonçalves, presidente do PDT Guarujá e Rogério Batista da Costa, presidente do PDT Praia Grande   Foto: Divulgação

Nas cidades da Baixada Santista, os dirigentes municipais tem buscado um trabalho nas bases para fortalecer o partido. Presidente do PDT Guarujá, José Manoel Ferreira Gonçalves ressaltou que a legenda busca lançar candidatura própria para a prefeitura em 2024, além de ter nomes, também, para as eleições em 2022.


"É uma preparação séria, estruturada e organizada. Nós estamos trabalhando nos núcleos de base e vamos fazer a apresentação de inúmeros candidatos para as próximas eleições municipais. Teremos vereadores e candidato a prefeito. E já para a eleição para deputado, teremos nomes para estadual e federal. É um partido que vai crescer efetivamente na cidade de Guarujá, de uma maneira onde vai disputar as eleições. Afinal, temos uma tradição trabalhista muito importante", avaliou.


Em um discurso alinhado com o diretório estadual, a ideia de Ferreira Gonçalves é fortalecer o trabalhismo no município e mudar o comportamento que o partido adotou nas eleições anteriores. " O PDT não é mais um partido que se presta a fazer apoiamentos a outros partidos ou eventuais candidaturas que não sejam candidaturas do PDT. Vamos fazer um trabalho de base, forte, porque temos história, lastro e o que dizer. Afinal, só o capital, sem o trabalho, não faz absolutamente nada", disse.


Em Praia Grande, o presidente da legenda, Rogério Batista da Costa, explicou que o PDT está em reconstrução e fortalecimento. Ele citou o apoio de filiados da cidade e de outros municípíos da região, como Dojival Vieira, presidente do PDT de Cubatão, e Márcio Aurélio, candidato a prefeitura de Santos pelo PDT em 2020.


Assim como em Guarujá, o foco tem sido o trabalho nos movimentos de base, como os projetos Ação da Mulher Trabalhista (AMT), a Juventude Socialista e o Movimento Trabalhista pela Educação (MTPE). Ainda estão em curso a criação do PDT Axé e o Núcleo de Base de Combate ao Racismo na cidade.


"No que tange às eleições do ano que vem, estamos confiantes de que a pessoa mais preparada e a melhor alternativa para presidente do Brasil é Ciro Gomes, pois diante do cenário atual, acreditamos que ele é o único candidato capaz de criar saídas para a destruição econômica que o país está enfrentando em razão da pandemia e da gestão equivocada, tanto no Ministério da Economia quanto no Ministério da Saúde",analisou Batista da Costa.


Regionalmente, ele explicou que existe uma articulação para analisar os quadros do PDT na Baixada Santista. "(Estamos) levando em conta o compromisso com as demandas de nossa região e de nossa cidade para apoiar candidatos a deputado estadual e federal, pois entendemos que é o momento de construção de um projeto Regional de Desenvolvimento", finalizou.


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