Nova lição da pandemia: mudar o jeito das férias na Baixada Santista
Após ano de isolamento e pausa escolar, crianças mantêm energia, e pais devem ajudar
Reinvenção parece ter sido a palavra que pôs todo mundo à prova em 2020. Primeiro, meses de isolamento e pausa das atividades escolares. Agora, chegaram janeiro, verão e aquela sensação de férias que parece deixar a criançada com ainda mais energia. Assim, para muitas famílias, reinventar esse período e achar atividades para divertir os pequenos são o novo desafio.
Na casa da jornalista Luana Fernandes, que mora em Cubatão, o aprendizado dos primeiros meses de pandemia tem ajudado. Ela mantém as regras de distanciamento social, mas descobriu no contato com a natureza e nas brincadeiras simples uma forma das crianças gastarem energia e se desenvolverem.
“Não vamos à praia, mas os levamos com segurança até o campinho de areia do bairro. Não temos piscina grande, mas eles amaram conhecer o banho de mangueira. Fomos nos adaptando desta forma”, conta.
Para isso, a família decidiu deixar o apartamento onde morava para ficar na casa dos sogros de Luana, dando de presente para as crianças um quintal. “Passamos os cinco primeiros meses totalmente isolados no apartamento. Quase enlouquecemos”, admite.
A filha mais velha, Helena, de 4 anos, queria a rotina de antes da pandemia, pois havia se adaptado muito bem à escolinha. Samuel, de 1 ano e 9 meses, estava ávido por explorar ambientes. O quintal “foi a nossa salvação”.
Segundo Luana, ela e o marido buscaram ouvir os filhos. “perceber as frustrações e as alegrias e seguir da melhor forma para eles”.
Impactos
Para a psicóloga Elaine Ribeiro, escutar as crianças e entender que a frustração de ficar em casa nas férias é legítima é um bom começo para criar um ambiente mais calmo neste período e encontrar alternativas conjuntar de diversão.
Para Sheila Pomilho, diretora do Marista Escola Social Irmão Justino, brincar é um direito das crianças que deve ser garantido, mas se tornou uma ferramenta ainda mais importante de expressão e comunicação. Sempre foram um momento de contato e convivência social, em casa, na escola ou em outros espaços. Porém, com a pandemia, esse cenário se modificou e exige a presença ainda mais efetiva dos adultos.