Municípios da Baixada Santista carecem de leis sobre elevadores

Quatro das nove cidades da região não possuem legislação específica sobre o tema

Por: Da Redação  -  04/01/20  -  17:36
Dentro da cabine, é possível ver uma série de pertences das vítimas fatais
Dentro da cabine, é possível ver uma série de pertences das vítimas fatais   Foto: A Tribuna On-Line

Quatro das nove cidades da região não têm uma legislação específica para elevadores. Na última segunda-feira (30) à noite, um equipamento caiu em um prédio na Vila Belmiro, matando quatro pessoas da mesma família.


Além de Santos, São Vicente Guarujá e Praia Grande também exigem que seja renovado o alvará de funcionamento do equipamento no ano. Itanhaém não respondeu aos pedidos feitos pela Reportagem. Já Cubatão, Mongaguá, Bertioga e Peruíbe não têm legislação sobre o assunto.


Em Guarujá, semestralmente o responsável técnico do elevador deverá fornecer ao órgão competente um relatório de manutenção de cada instalação. A Prefeitura ainda poderá intimar o proprietário a providenciar os serviços necessários indicados pelo responsável técnico, após vistoria administrativa.


Segundo o presidente do Sindicato das Empresas de Conservação, Manutenção e Instalação de Elevadores do Estado de São Paulo, Marcelo Braga, o risco de acidente em cidades sem legislação específica é dez vezes maior do que na Capital, onde existem cerca de 90 mil equipamentos.


“Elevador é um meio de transporte seguro, não é comum ter acidentes. Mas o risco aumenta de acordo com a legislação que existe em cada cidade”.


Desde 1991, São Vicente tem uma lei, a 77A, que determina inspeção anual e multa para aquelas que não a cumprem.


Os dois elevadores do prédio ficaram sem funcionar por cerca de 11 meses desde o dia da tragédia
Os dois elevadores do prédio ficaram sem funcionar por cerca de 11 meses desde o dia da tragédia   Foto: ATribuna.com.br

Fotos


Fotos exclusivas obtidas por A Tribuna On-linemostram o estado em que ficou o elevador que despencou do nono andar do Edifício Tiffany, na Vila Belmiro, em Santos. As imagens foram feitas logo após o trabalho de perícia da Polícia Científica, durante a madrugada de 31 de dezembro.


Entre as imagens impressionantes, está a cabine do elevador onde estavam as vítimas, que ficou destruída com o impacto.


A mola pesada de segurança, usada para absorver o impacto dos elevadores, que costuma ficar a aproximadamente 1,5m de distância do último nível do elevador, destruiu o piso da cabine, que é feito de ferro, enquanto as vítimas estavam dentro do equipamento.


Dentro da cabine, é possível ver alguns pertences das vítimas, como sacolas, chinelos, peças de roupa e até um boné.


Moradores do Edifício Tiffany afirmaram ter ouvido dois estrondos. A suspeita inicial era de que os dois elevadores do prédio, o de serviço e o social, teriam despencado. No entanto, somente o de serviço caiu.


O primeiro estrondo se refere à queda do nono para o sétimo andares e, depois, a queda até o solo.



Investigações


A empresa Elevadores Villarta, responsável pela manutenção dos equipamentos do Edifício Tiffany, foi intimada pela Prefeitura de Santos a providenciar o laudo técnico de segurança do elevador que despencou e também do outro equipamento.


O Edifício Tiffany foi erguido em 1998 e feito para abrigar militares que atuam na Capitania dos Portos de São Paulo (CPSP).


Ao todo, são 54 apartamentos distribuídos em nove andares, com dois elevadores em funcionamento, um social e outro de serviço.


Segundo moradores do prédio ouvidos pela Reportagem, o equipamento vinha apresentando falhas antes da tragédia, o que assustava a todos.


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