Mortes por covid-19 caem 93,5% em seis meses na Baixada Santista
Foram mil mortes registradas em junho deste ano nas nove cidades, contra 65 em novembro
As mortes por covid-19 caíram 93,5% nos últimos seis meses na Baixada Santista. Em junho deste ano foram registrados mil óbitos (mês com mais mortes em todo o período da pandemia) nas nove cidades, número que diminuiu para 65 em novembro. Apenas de outubro para novembro, a queda foi de 52% de 136 para 65.
Em casos confirmados a queda também é expressiva mês a mês deste ano. Em junho, foram 12.286 registros, contra 3.948 em novembro – baixa de 67,8%. De outubro para novembro, o recuo chegou a 18,6%, de 4.849 para 3.948.
Vacinação é motivo
Os infectologistas não têm dúvidas: a queda no número de mortes e casos se deve ao avanço da vacinação. Na região, 81,2% tomaram a primeira dose e 71,3% receberam duas aplicações ou a dose única
Para o infectologista Leonardo Weissmann a diminuição representa um melhor momento, mas não se pode falar em controle, por enquanto. Ele lembra que a pandemia é uma situação global, a propagação do vírus ainda não está controlada e ainda há muitos casos sendo notificados.
“É preciso que cada um continue fazendo a sua parte. Também é necessário que a população seja testada mais do que foi até agora, para que os casos sejam detectados precocemente e as pessoas infectadas sejam isoladas, quebrando a cadeia de transmissão”, opina.
O infectologista Evaldo Stanislau diz que muitos vacinados se infectam sem gravidade, mas não são diagnosticados, por serem assintomáticos ou apresentarem sintomas muito leves e atípicos.
“Portanto, podemos ter subdiagnóstico e subestimar a circulação viral. Para contrapor isso precisamos de testagem de vigilância, como temos feito em Cubatão. Lá a positividade sentinela é menor de 0,3%, então temos certeza que a circulação viral é baixa”.
Stanislau ressalta que a vacinação plena hoje são três doses e todos os reforços daqui para a frente. Além disso é preciso vacinar crianças, grupo onde o vírus vai circular livremente. Isso é um risco. E, por fim, precisamos vigiar o fluxo de pessoas vindas do exterior”
A infectologista Raquel Stucchi pontua que o aparecimento da variante Ômicron deixa claro que a covid-19 não fica restrita a determinadas regiões. “Ninguém vive numa bolha. Uma região estar com a doença controlada não significa que a pandemia está controlada. Ainda mais na Baixada Santista, muito procurada para as férias de verão e no fim de ano”.
Raquel detalha que não há possibilidade de controle antes que mais de 80% da população esteja completamente imunizada. “Portugal, com 80%, conseguiu conter. Já em outros países com porcentagens menores os números voltaram a aumentar. E pessoas que se vacinaram há mais de seis meses não estão mais protegidas”.