Moradores de Santos trocam almoço por lanche barato devido alta dos preços: 'O bolso não aguenta'

Pesquisa aponta que refeições completas fora de casa estão mais caras na comparação com o período pré-pandemia

Por: Júnior Batista  -  27/07/22  -  11:17
Atualizado em 27/07/22 - 23:31
Com a inflação, tem gente trocando a comida de restaurantes por lanches e salgados
Com a inflação, tem gente trocando a comida de restaurantes por lanches e salgados   Foto: Foto AT

O brasileiro está consumindo mais lanches e menos pratos feitos na hora de almoçar para economizar dinheiro. A visita aos restaurantes na hora do rush caiu 25% no primeiro trimestre deste ano na comparação com o mesmo período antes da pandemia, de acordo com dados da consultoria Kantar.


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Os dados foram coletados em 11.300 lares de todas as regiões do País e fazem parte do relatório Consumer Insights da empresa, publicado todos os anos.


De acordo com a pesquisa, as refeições completas fora de casas estão 21% mais caras na comparação com o período pré-pandemia, o que levou à queda na frequência com que os consumidores vão aos restaurantes.


O motivo é o preço da comida. O tíquete médio de um almoço no País ficou em R$ 43,94, enquanto que no caso dos lanches está quatro vezes menor, a R$ 10,98.


A pesquisa mostra o aumento pela busca de petiscos, que subiu 11% no primeiro trimestre deste ano, na comparação com igual período de 2019.


Outros alimentos também tiveram aumento da demanda de acordo com a pesquisa: balas e gomas (11%), sorvetes (8%), chocolates (6%) e biscoitos e bolos (5%).


Em Santos, a realidade foi sentida por quem almoça com frequência na rua. Foi o caso da servidora pública Ana Santos, de 44 anos. Ela diz que costuma almoçar na escola municipal onde trabalha, no entanto, quando nas vezes em que almoça na rua, opta por lanches. “Está muito caro. Então, pelo tempo e pelo preço, eu prefiro comer um lanche. Se eu almoçar todos os dias na rua o bolso não aguenta”, diz ela.


A lanchonete a qual ela fequenta, no Centro de Santos, tem lanches a partir de R$ 1,25 e também sucos a R$ 1,25. Ou seja, a partir de R$ 3,00 é possível, minimamente, comer uma coxinha ou mistinho e tomar um suco.


Proprietária da Ale Salgados, Alessandra Cassiano, de 43 anos, diz que o almoço é seu período com mais clientes. “Não sei te dizer ao certo se é por conta do aumento dos preços, mas percebi, sim, que mais gente está comendo na hora do almoço, porque as minhas refeições são extremamente populares. Com R$ 6 você come bem”, diz.


Em frente, no Café Lugano, a proprietária Adelaide Amaral percebeu aumento de 10% na frequência de clientes na hora do almoço nos últimos meses. Com os produtos doces como forte, notou mais procura por salgados.


“Tenho percebido a maior busca pela nossa torta de frango, que não era um produto como carro-chefe, mas o aumento nos restaurantes fez as pessoas buscarem algo mais em conta na hora do almoço”, afirma.


Ela acredita que a inflação, somada à perda de renda dos brasileiros tenha contribuído. “Está mais caro, então os clientes pesquisam opções que caibam no bolso deles”, conclui.


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