Moradora de Santos alerta golpe do cadastro da vacina por aplicativo de mensagens
Advogado especialista em direito digital dá dicas para saber como se proteger deste tipo de crime
O golpe da confirmação do agendamento da vacina já está presente na Baixada Santista. Uma moradora de Santos foi um dos alvos e conversou com A Tribuna para alertar sobre os falsos profissionais do Ministério da Saúde, que têm entrado em contato por aplicativos de mensagens.
Segundo a faturista Priscila Costa, de 34 anos, o contato ocorreu no domingo (4). O golpista dizia se chamar Gustavo e a mensagem, enviada pelo WhatsApp, informava que por meio da plataforma digital ia realizar o agendamento on-line da vacinação de Priscila.
Inicialmente, a faturista pensou que a mensagem era real, já que soube que algumas cidades estavam entrando em contato com quem estava com a segunda dose em atraso. Por isso, resolveu continuar a conversa.
“No meu caso, ainda não chegou a idade da primeira dose, mas como fiz o cadastro que é solicitado pelo governo, acreditei que pudesse haver alguma mudança no sistema, já agendando próximo a data prevista”.
Após responder a mensagem, a pessoa pediu para que Priscila informasse o número do protocolo de seis dígitos enviado por SMS. Porém, ela logo percebeu que se tratava de um golpe.
Para confirmar, ela ainda procurou o marido, que também tinha feito o pré-cadastro da vacinação. Porém, ele a informou que não tinha recebido nenhum contato como o dela.
Ela também conta que perguntou a um colega de trabalho, que havia passado por um golpe parecido na internet, para saber se tal situação era normal, mas foi alertada que ela poderia estar sendo vítima de golpe.
Para avisar outras possíveis vítimas, ela decidiu publicar um relato em uma rede social. Para prevenir de vez alguma ação dos acusados de golpe, Priscila bloqueou o contato. “A gente sabe nesse momento de pandemia o que mais tem acontecido são esse golpes on-line e precisamos alertar a população".
Veja dicas para não cair no golpe e o que fazer caso receba uma mensagem suspeita
O advogado Francisco Gomes Júnior, especialista em direito digital, explica que os crimes digitais estão acontecendo cada vez mais em todo o mundo e tem a tendência de aumentar.
Como dica para prevenir esses possíveis golpes, ele explica que o ideal é que se responda apenas mensagens de contatos conhecidos e sempre com a cautela de verificar se é a própria pessoa.
“Muitos combinam uma palavra código para identificação. Se o contato não for conhecido e desconfiar, não responda. Ligue para o número e veja do que se trata. Nunca forneça seus dados pessoais nesse tipo de contato e nunca clique sobre links sem ter a certeza de que são legítimos. Desconfie de promoções muito vantajosas e de contatos de bancos que geralmente não ocorrem por aplicativo”.
O advogado também esclarece que os golpistas atuais tentam roubar os dados pessoais, seja por meio de SMS, como foi o caso de Priscila, ou até por e-mail, para que a pessoa clique em um link duvidoso.
Também diz que é comum oferecerem alguma checagem de benefício como auxílio emergencial, previdência, bônus, etc.
“O golpe mais comum tem sido por aplicativo de mensagens onde se busca iludir a pessoa para que forneça dados e em especial o código do próprio aplicativo. Os criminosos passam-se por alguém de seu contato (parente ou amigo) para solicitar dinheiro em seu nome (pedindo para que paguem algo ou transfiram valores). Esteja sempre muito atento e ao primeiro pedido de dinheiro desconfie e vá checar. O golpe sempre fala em pagamento ou transferência urgente".
Em nota, o Ministério da Saúde informa que não envia códigos ou links para celular ou e-mails. A orientação é de que, caso reconheça alguma tentativa de golpe, a pessoa busque autoridades policiais competentes. Em caso de dúvida o cidadão pode entrar em contato com o Disque Saúde pelo número 136.
A pasta também esclarece que está realizando o PrevCov - estudo para estimar a prevalência da infecção pelo coronavírus no Brasil - os participantes serão testados para identificar a presença de anticorpos do tipo IgG para a Covid-19, apontando quem já foi contaminado ou desenvolveu imunidade após a vacinação. Para mais informações, acesse.
O Governo de São Paulo também esclarece que não envia mensagens de texto (SMS) com links, realiza contato telefônico ou pelo WhatsApp para solicitar ou validar dados e informações para vacinação.
Informa também que o canal oficial do WhatsApp, que tem como número o (11)952202923, possui o selo de verificação da plataforma.
