Medidas restritivas devem salvar 166 mil pessoas, diz diretor do Instituto Butantan

Especialista afirma que, sem a adoção do isolamento, sistema de saúde já não teria capacidade para atender novos pacientes

Por: Matheus Müller  -  06/04/20  -  23:10
  Foto: Divulgação/Governo do Estado

As medidas restritivas adotadas pelo Estado de São Paulo devem evitar 166 mil mortes por coronavírus, em um período de 180 dias - começou a valer em 21 de março. A projeção foi apresentada pelo diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas.


De acordo com ele, caso não fossem tomadas as devidas precauções, 277 mil mortes seriam esperadas. Hoje, o Governo trabalha com um número de 111 mil vítimas fatais. O estudo foi realizado por um grupo de epidemiologistas. 


Ele ressalta que o decreto, com todas as regras, pode reduzir em 75% o fluxo de pessoas nas ruas. Acontece que, no começo das restrições, 69% aderiram à quarentena, mas o índice vem caindo. Passou para 60% e agora, 56%.


Esses dados são analisados por meio da movimentação dos aparelhos celulares que, segundo Covas, se mostraram o método mais eficaz  para a avaliação.  Ele lamenta a redução do cumprimento do isolamento e destaca sua importância e necessidade.


“É importante lembrar que para as medidas serem efetivas temos que ter acima de 70% de redução na mobilidade. É o que acontece na Itália há mais de três semanas”.


Isolamento dá resultado


Covas ressalta que o distanciamento social já deu resultados. “No estado, temos 12.543 leitos. Nesse momento, a ocupação é de 50%. Se não tivesse sido tomada nenhuma medida, agora estaríamos precisando de mais 3.742 leitos. Daqui a 30 dias mais 16 mil [leitos] e, em 60 dias, mais 18 mil. Nosso sistema estaria incapacitado de atender pacientes”.


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