Medidas restritivas devem salvar 166 mil pessoas, diz diretor do Instituto Butantan
Especialista afirma que, sem a adoção do isolamento, sistema de saúde já não teria capacidade para atender novos pacientes
As medidas restritivas adotadas pelo Estado de São Paulo devem evitar 166 mil mortes por coronavírus, em um período de 180 dias - começou a valer em 21 de março. A projeção foi apresentada pelo diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas.
De acordo com ele, caso não fossem tomadas as devidas precauções, 277 mil mortes seriam esperadas. Hoje, o Governo trabalha com um número de 111 mil vítimas fatais. O estudo foi realizado por um grupo de epidemiologistas.
Ele ressalta que o decreto, com todas as regras, pode reduzir em 75% o fluxo de pessoas nas ruas. Acontece que, no começo das restrições, 69% aderiram à quarentena, mas o índice vem caindo. Passou para 60% e agora, 56%.
Esses dados são analisados por meio da movimentação dos aparelhos celulares que, segundo Covas, se mostraram o método mais eficaz para a avaliação. Ele lamenta a redução do cumprimento do isolamento e destaca sua importância e necessidade.
“É importante lembrar que para as medidas serem efetivas temos que ter acima de 70% de redução na mobilidade. É o que acontece na Itália há mais de três semanas”.
Isolamento dá resultado
Covas ressalta que o distanciamento social já deu resultados. “No estado, temos 12.543 leitos. Nesse momento, a ocupação é de 50%. Se não tivesse sido tomada nenhuma medida, agora estaríamos precisando de mais 3.742 leitos. Daqui a 30 dias mais 16 mil [leitos] e, em 60 dias, mais 18 mil. Nosso sistema estaria incapacitado de atender pacientes”.