Médicos do litoral de SP reforçam preocupação com crianças após casos de varíola dos macacos

Três confirmações no público infantil na Capital de São Paulo acenderam o alerta

Por: Daniel Gois  -  30/07/22  -  17:02
Especialistas demonstram preocupação com ambiente escolar
Especialistas demonstram preocupação com ambiente escolar   Foto: Vanessa Rodrigues/AT

Os três primeiros casos de varíola dos macacos em crianças foram confirmados na Capital de São Paulo nesta sexta-feira (29). São dois infectados com 6 anos de idade e outro com 4 anos. Na Baixada Santista, já são 8 casos da doença em adultos: três em Santos, três em Praia Grande, um em São Vicente e outro em Itanhaém. Médicos ouvidos por A Tribuna apontam que a doença pode apresentar formas graves em menores de 8 anos.


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O diretor da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), Leonardo Weissmann, conta que os dados sobre o vírus Monkeypox em crianças ainda são limitados. Entretanto, há um alerta maior para aquelas com deficiência imunológica.


"Sabe-se que as crianças com menos de 8 anos de idade e as que têm alguma deficiência do sistema imunológico podem ter formas mais graves da doença. Algumas complicações são relatadas, como infecção cerebral, infecção bacteriana da pele em cima daquelas lesões causadas pelo vírus, pneumonia e infecção ocular", explica.


A infectologista Elisabeth Dotti afirma que os três casos em crianças são preocupantes, em especial pelo retorno recente às aulas.


"Tudo que envolve criança, gestante, (pessoas com) comorbidades, imunossuprimidos, sempre temos que ter um cuidado extra. As crianças, normalmente, não conseguem expressar. A gente fica muito preocupado com o que pode estar acontecendo. Os sintomas são muito mais exuberantes do que no adulto", alerta.


Ambiente escolar

Com o avanço da doença pela Baixada Santista, as prefeituras da região já se mobilizam para iniciar campanhas de prevenção contra a varíola dos macacos nas escolas.


"As equipes da Vigilância Epidemiológica do Município e do Programa Saúde na Escola vão iniciar estudos, nas próximas semanas, sobre campanhas de prevenção à doença voltadas para o público estudantil", diz a Prefeitura de Santos, em nota.


Já a Secretaria de Saúde de São Vicente destaca que, caso a criança apresente lesões de pele, os pais ou responsáveis não devem levá-la à escola, e sim à uma Unidade Básica de Saúde (UBS).


Outra Prefeitura que se mobiliza é a de Bertioga, que está disponibilizando o Plano de Contingenciamento ao Monkeypox (MPX) para a rede de saúde. Segundo a Administração Municipal, uma reunião técnica com diretores e professores da rede pública ocorrerá na próxima semana.


Contágio e sintomas

A transmissão da varíola dos macacos acontece através do contato entre humanos, seja com sangue contaminado, secreções, lesões na pele ou gotículas que venham de tosse ou espirro.


O principal sintoma é o surgimento de lesões semelhantes a bolhas ao redor do corpo. Também há febre, dor de cabeça e dores corporais.


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