Médicos da Baixada Santista explicam diferenças entre gripe e resfriado

Infectologistas esclarecem características das doenças e quando se deve buscar tratamento

Por: Carolina Faccioli  -  23/12/21  -  06:41
Atualizado em 23/12/21 - 10:57
Número de pessoas com sintomas das duas doenças na região tem crescido. Na imagem, o movimento, na tarde desta quarta-feira (22), na UPA Central de Santos
Número de pessoas com sintomas das duas doenças na região tem crescido. Na imagem, o movimento, na tarde desta quarta-feira (22), na UPA Central de Santos   Foto: Matheus Tagé/AT

Com o aumento no número de pessoas com sintomas de resfriado e gripe na Baixada Santista, somado ao aparecimento da cepa H3N2 da Influenza A no Brasil, médicos infectologistas da região ouvidos por A Tribuna explicam as diferenças entre resfriado, gripe e quando é preciso procurar uma unidade de saúde.


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Segundo o infectologista Evaldo Stanislau, a cepa H3N2 é muito semelhante à de qualquer outro vírus de gripe, do ponto de vista clínico. “O vírus da influenza é classificado em subgrupos A e B. O grupo B é a influenza sazonal, comum, e o A é o grupo que pode causar pandemia, no qual a gente tem o H1N1, por exemplo. O H3N2 pertence a esse tipo A. Por isso, ele também tem um potencial de disseminação muito grande.”


O médico explica, ainda, que a gripe se diferencia do resfriado pela intensidade e pelos sintomas. Na gripe, há mais comprometimento, com mal-estar, dor no corpo, indisposição, dor de garganta, febre e tosse. No resfriado, há sinais de nariz escorrendo e, às vezes, dor de garganta, mas o estado geral do paciente é bom.


O infectologista esclarece quais são os grupos que devem procurar atendimento médico com mais prioridade. “Eu recomendo que a pessoa procure um pronto-socorro em duas situações: na primeira, se ela tiver maior vulnerabilidade, como idosos, pessoas com doenças crônicas, mulheres gestantes ou puérperas e crianças com menos de 5 anos — sobretudo, com menos de 2 anos. Esses são os grupos que têm maiores chances de complicações e que podem se beneficiar de um diagnóstico correto e de um tratamento antiviral.”


O segundo grupo, na avaliação do médico, é composto por quem se sente muito doente.


Transformação
A infectologista Elisabeth Dotti comenta que a nova cepa ainda está sendo observada, mas que os vírus se transformam e criam força quando há poucos vacinados. “Com relação à H3N2, se vê que a transmissão é muito rápida e é uma variante da H1N1, que já fez muito estrago no passado. As pessoas resolveram não se vacinar e, aí, a mutação acontece justamente neste momento”.


Elisabeth diz ser preciso observar com cuidado os sintomas a partir do terceiro dia, como febre alta e mal-estar geral, pois precisam de tratamento.


“Tem que procurar um pronto-socorro quando os sintomas não cessam. Por exemplo, três dias de gripe não têm tanto problema, mas, depois disso, não.”


A médica reforça que é preciso manter cuidados como usar máscara e evitar aglomerações. Isso vale tanto para gripe quanto para covid-19.


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