Mais de 6 mil pacientes aguardam por cirurgias eletivas na Baixada Santista
Maioria das cidades já retomou agendamentos; fila para procedimentos pode chegar a três anos
Atualizado em 08/08/21 - 06:39
Mais de 6 mil pacientes aguardam por cirurgias eletivas (não urgentes, agendadas) na Baixada Santista. A fila, que já era grande para determinados procedimentos, está maior, porque os hospitais suspenderam por meses as operações para desafogar leitos na pandemia. A maioria das cidades já retomou agendamentos, mas a espera em alguns casos pode chegar a três anos.
Com dados de sete, das nove prefeituras locais, a Reportagem chegou ao número de 6.099 pessoas aguardando vaga para cirurgias. O total, porém, é maior. Isso porque Cubatão não quis passar informações e Itanhaém disse não ter controle dos procedimentos, feitos pelo Hospital Regional, do Estado. O Governo Estadual, por sua vez, não forneceu dados, devolvendo a responsabilidade para a Prefeitura.
Cidades
Em Santos, há 1.427 pacientes aguardando um procedimento, a maior quantidade – 360 pessoas – espera por cirurgia plástica. O tempo médio é de cinco meses na fila, passando disso no caso de operação para redução de mamas. A Prefeitura diz que as cirurgias eletivas voltaram à normalidade em julho deste ano.
“Vários serviços foram prejudicados, porque tínhamos que priorizar o atendimento às pessoas com covid-19. Muitas cirurgias eletivas não podiam ser feitas nos hospitais, tanto na rede particular, como na privada, porque os leitos foram priorizados para a covid-19. A Secretaria de Saúde está concentrando esforços para procurar zerar o mais breve possível essa fila”, diz o secretário municipal de Saúde, Adriano Catapreta.
São Vicente tem 744 pessoas esperando cirurgias no Município, com tempo médio de três meses, diz a Prefeitura. As com maior demanda e tempo de espera são as ortopédicas, com 204 pacientes. O tempo para essa especialidade não foi informado.
A Prefeitura ressalta que intervenções cirúrgicas eletivas estão sendo retomadas, gradativamente, desde de março deste ano, e que a pandemia aumentou o tempo de espera para algumas cirurgias.
Em Guarujá são 970 na lista de espera. A Administração não informou o tempo médio de espera, mas disse que na maior demanda, ortopedia, chega a ultrapassar um ano. A Cidade já retomou os procedimentos.
“Estamos estudando estratégias com vistas à viabilização de custeio necessário para realização de mutirões, a depender do cenário epidemiológico”, informa o secretário de Saúde de Guarujá, Sandro Abreu.
Praia Grande tem 2 mil pessoas aguardando cirurgia eletiva, houve um aumento de 140% desde o início da pandemia, diz a Prefeitura. A cirurgia de laqueadura (nas trompas das mulheres para evitar gravidez) é a demanda maior, 350 mulheres aguardam, em média, 15 meses. A Cidade já iniciou a retomada.
Bertioga tem 263 pacientes aguardando cirurgias eletivas, as ginecológicas são maioria: 239. A Prefeitura não informou quanto tempo as pessoas aguardam. “Estamos retornando gradativamente. Nos últimos meses realizamos mutirão ortopédico e vascular, praticamente zerando a fila dessas especialidades. Estamos planejando um novo mutirão”, afirma Janice Santos, secretária de Saúde de Bertioga.
Ainda paradas
Em Peruíbe, 122 estão na fila, a maioria (44) para vasectomia. A Prefeitura diz que a agenda ainda está paralisada e que a cirurgia com maior demanda é feita pelo Hospital Regional de Itanhaém, do Estado, que não também não está marcando datas.
Mongaguá aponta 573 pessoas aguardando cirurgia. A com maior demanda é a geral, com um tempo médio de espera de dois anos. A cirurgia com o maior tempo de espera é a ortopédica, com três anos.
“As cirurgias não estão ocorrendo, já que os centros cirúrgicos de referência estão fechados, com apenas urgência e emergência. A situação impactou cerca de 90% das cirurgias”, diz a Prefeitura de Mongaguá.
Estado não informa
Apesar de cobrada, a Secretaria Estadual da Saúde não informou a fila de espera para cirurgias eletivas no Hospital Regional de Itanhaém e no Hospital Guilherme Álvaro, em Santos, unidades do Governo do Estado. Disse apenas que essas unidades “oferecem atendimento em mais de 100 especialidades médicas e não-médicas e totalizam mais de 350 leitos”.
Afirmou que a “demanda de consultas, cirurgias e procedimentos eletivos (não urgentes) é descentralizada na rede, considerando que há regulações municipais ou regionais, com os respectivos serviços de referência para sua área de abrangência. O encaminhamento de pacientes a atendimentos especializados é de responsabilidade dos municípios”.