Maioria das cidades da Baixada Santista não tem mais leitos de UTI para covid-19

Guarujá, Praia Grande, Cubatão, Itanhaém e Peruíbe atingiram 100% da capacidade nesta segunda (22)

Por: Maurício Martins  -  23/03/21  -  15:02
País tem 543 mil médicos, mas nem todos preparados para as demandas atuais
País tem 543 mil médicos, mas nem todos preparados para as demandas atuais   Foto: Matheus Tagé/AT

A maioria das cidades da Baixada Santista estava com os leitosde UTI covid-19lotadosaté o início danoite desta segunda-feira (22).Guarujá,Praia Grande, Cubatão,Itanhaém e Peruíbeinformaram 100% de ocupação. Segundo o Governo Estadual, a taxa de leitos de UTI ocupados naregião, considerando a média das nove cidades, chegou a85,1%.


Clique e Assine A Tribuna por apenas R$ 1,90 e ganhe acesso completo ao Portal e dezenas de descontos em lojas, restaurantes e serviços!


Embora já faltem leitos, nenhum municípioteve problemas com fim do estoque de medicamentos, sedativos para intubação ou oxigênio. Porém,não há situação confortável. Em Peruíbe, por exemplo, asecretária municipal de Saúde, MarianaTrazzi, afirma queos insumos aguentam mais 15 dias. “Estamos negociando com empresas e aditando contratos”.


Em áudio divulgado no WhatsApp, a vice-prefeita de Guarujá, Adriana Machado, afirma que acidade está com 105% de ocupação (ou seja, já há leitos improvisados) e que hárisco de faltar oxigênio. “Acho que aquela história de Manaus (pessoas morrendo sem oxigênio) vai acontecer na Baixada”, diz ela no áudio.


A Prefeitura de Guarujá informa que não há falta de oxigênio neste momento, e que está em tratativas junto aos fornecedores para ampliação na oferta aos equipamentos de saúde. "A ocupação nos leitos para tratamento a pacientes com a covid-19 nesta segunda-feira (22) ultrapassa os 100%. O Município segue em constante diálogo com os governos estadual e federal para ampliação de leitos exclusivos para o tratamento da doença e intensificação na reposição de insumos".


A Prefeitura diz, ainda que está viabilizando 50 novos leitos para o tratamento a pacientes com a covid-19. Eles serão instalados no Centro de Atendimento Psicossocial (CAPS AD II), em Vicente de Carvalho (Rua Josefa Hermínia Caldas, 470 – Jardim Progresso). "Neste momento, o local passa pelo processo de ampliação da rede de gases medicinais para operar com a nova capacidade".


Com índice de ocupação em 81% nas UTIs, a Prefeitura de Santos afirma que, nos últimos dias, abriu 11 novos leitos.No entanto, a previsão de abertura de 49 novos leitos de UTI pode ficar comprometida. A Administração diz que “já está sendo observada uma disponibilidade menor de respiradores no mercado” e quefornecedores informaram “dificuldadelogística emrelação ao transporte de oxigênio”.


São Vicente estava com 70% de ocupação das UTIs, o que representasete pacientes, das 10 vagas disponíveis. “A Secretaria da Saúde (Sesau)estuda a abertura de novos leitos ainda esta semana”, explica, em nota.


Praia Grandeestuda a abertura de 30 novos leitosde UTIno Hospital Irmã Dulcee solicitou ajuda no custeio aos governos Estadual e Federal e aguarda retorno dos mesmos.A Cidade informou, ainda, que outros 30 leitos já em usodesde junho e 2020foram habilitados peloMinistério da Saúdeepassarão a ser custeados pela União, comR$1,44milhão mensais.


A Secretaria de Saúde de Cubatãodisse quemantém tratativas com oGoverno do Estado para implantação de novos leitos.“Assim que houver definição, os leitos serão instalados no Hospital Municipal de Cubatão que foi preparado para receber ampliações”.


Mongaguá disse que já fez ampliações e que segue em conversas como Governo Estadual, reiterando a necessidade de mais vagas nos hospitais referência.


Estado


A Secretaria de Estado da Saúde informa que estão em andamento as medidas para adaptação doAmbulatório Médico de Especialidades(AME) de Santos como hospital de campanha, com perspectiva de 10 de UTI e seis de enfermaria.“A ativação está prevista para este mês”.


Segundo a Secretaria, o Estadovem cobrando o Governo Federal por medidas “expressas e urgentes” para abastecer a rede pública de saúde com medicamentos utilizados em intubação.“O GovernoFederal fez somente uma liberação deneurobloqueadoresem quantidade suficiente para apenas dez dias de consumo. Atualmente, o Estado tem estoque estimado para uma semana para os hospitais públicos”.


Logo A Tribuna