Linha férrea que liga Baixada Santista e Vale do Ribeira tem definição distante
Debate-se reativação de ramal como trem turístico de passageiros, Veículo Leve sobre Trilhos ou trem de carga
Trem turístico de passageiros, Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) ou trem de carga. Nesta quinta-feira (29), uma audiência pública, na Câmara dos Deputados, discutiu a reativação do ramal ferroviário que liga a Baixada Santista ao Vale do Ribeira e pertence, atualmente, à Rumo Logística. A definição, entretanto, ainda está longe de sair.
O debate foi chamado pelo deputado federal Samuel Moreira (PSDB), representante do Vale, e teve a presença do também deputado João Paulo Papa (PSDB), do prefeito de Pedro de Toledo Eleazar Muniz (DEM), de representantes da ANTT, da Rumo Logística (antiga ALL), concessionária da linha, e da Procuradoria da República.
“Na minha ótica, até Peruíbe, a oportunidade é desenvolver um transporte de passageiros de qualidade”, disse Papa.
Por telefone, o prefeito de Praia Grande, Alberto Mourão (PSDB) também defendeu vida nova para a ferrovia. “É importante não somente preservar este espaço como recuperá-lo e discutir implantar nesta faixa a permanência do modal do transporte de cargas por trilho e também de passageiros. Desativando isto, teremos consequências não somente de possíveis invasões nestas faixas, como também a extinção da possibilidade de desenvolvimento regional”, diz.
Entenda o caso
A linha, com 231 quilômetros de extensão, existe há 105 anos. No começo, transportou carga do Vale do Ribeira até o Porto de Santos.
Atualmente, o trecho entre o Bairro Samaritá, em São Vicente, e a cidade de Cajati está desativado e sucateado, como a Reportagem constatou em reportagem publicada em agosto.
O ramal pertence à Rumo Logística, que já demonstrou interesse em devolvê-lo ao Governo Federal, por entender que não há viabilidade econômica para explorá-lo. O caso tramita na ANTT. A empresa, entretanto, teria de pagar cerca de R$ 200 milhões como indenização.
Se isso acontecer, caberá ao Governo Federal decidir o que fazer com a ferrovia: explorá-la ou entregar para outra empresa privada.
João Paulo Papa considera que outras audiências públicas devem ser realizadas para se chegar a uma conclusão. Ele quer, entretanto, que isso aconteça na Baixada para que representantes dos municípios locais possam participar.