Ligação seca entre Santos e Guarujá deve ter definição até setembro

A previsão é do diretor de Novas e Outorgas e Políticas Regulatórias Portuárias do Minfra, Fabio Lavor

Por: Fernanda Balbino  -  31/05/21  -  18:02
Atualizado em 31/05/21 - 20:27
    Há décadas, a região aguarda a solução para um dos maiores problemas de mobilidade urbana entre os municípios
Há décadas, a região aguarda a solução para um dos maiores problemas de mobilidade urbana entre os municípios   Foto: Ecovias/Divulgação

Entre agosto e setembro deve ser definida a forma de ligação seca entre as duas margens do Porto de Santos. A previsão é do diretor do Departamento de Novas e Outorgas e Políticas Regulatórias Portuárias do Ministério da Infraestrutura, Fabio Lavor Teixeira. O executivo participou de uma audiência pública promovida pela Comissão de Viação e Transportes (CTV) da Câmara dos Deputados sobre assunto.


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Há décadas, a região aguarda a solução para um dos maiores problemas de mobilidade urbana entre os municípios. Enquanto o Estado planeja a construção de uma ponte entre o Saboó e a Ilha Barnabé, o Governo Federal aposta num túnel submerso.


A ponte pênsil projetada pela Ecovias, concessionária do Sistema Anchieta-imigrantes (SAI), tem 7,5 quilômetros de extensão, com início na entrada de Santos, no km 64 da Via Anchieta, e término próximo ao acesso à Ilha Barnabé, na Área Continental de Santos. Agora, serão 750 metros de largura entre os pilares, mas o projeto original previa 350 metros.


Com um trajeto de 1,7 km, o projeto do túnel prevê que a travessia entre Santos e Guarujá seja feita em cinco minutos, com três faixas de rolagem em cada sentido. A ideia é que ele tenha acesso para ciclistas, pedestres e conte com uma via exclusiva para o VLT, em um segundo momento.


Durante a audiência, Lavor destacou que o plano do Ministério da Infraestrutura é incluir o empreendimento entre os investimentos obrigatórios do concessionário que vencer o leilão da Autoridade Portuária de Santos (APS), previsto para o ano que vem. Segundo o executivo, o governo leva em conta a evolução da indústria naval e do tamanho dos navios, além de minimizar interferências no canal de navegação do Porto.


“A nossa expectativa é de que a gente tenha uma expansão muito grande para o fundo do canal. É o fundo do estuário que vai receber esses novos grandes investimentos e eu tenho que olhar também para o fundo do canal.


E isso passa pelo planejamento desse nosso projeto e dessa ligação seca”, afirmou Lavor, destacando também a atenção com relação aos acessos terrestres e as diretrizes do Plano de Desenvolvimento e Zoneamento (PDZ) do cais santista.


Após a apresentação do representante da pasta de Infraestrutura, o secretário de Logística e Transportes do Estado, João Octaviano Machado Neto, questionou sobre a decisão de priorizar o túnel submerso. O executivo também apontou as mudanças realizadas no projeto da ponte, após pedidos do Governo Federal.


“Lamento que o Ministério não tenha informado ao formalmente o Governo do Estado que desistiu do projeto. Desistiu não, sequer analisou o projeto que o próprio Ministério havia solicitado, que era o aumento do vão”, destacou Octaviano. “Queremos respeito”, completou.


Após o apontamento, a deputada federal Rosana Valle (PSB) questionou Lavor sobre quando deve ser definida a forma ligação seca entre as duas margens do Porto. Em resposta, o executivo destacou os desafios de engenharia e de viabilização financeira do projeto.


“Nossa expectativa é de que agosto ou setembro a gente possa divulgar isso para a sociedade”, destacou o representante da Infraestrutura.


Redução de impacto


Para o presidente da APS, Fernando Biral, a Marinha e a Aeronáutica foram consultadas sobre os possíveis impactos de uma ponte sob o canal de navegação do Porto. O temor é de que a estrutura possa inviabilizar o acesso de grandes navios ao complexo.


“Sabemos que será inevitável também a entrada do (navio de) 400 metros no futuro, que ainda é difícil a gente prever”, afirmou Biral.


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