Jovens também precisam ficar atentos ao coronavírus, diz especialista

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 20% dos infectados que precisaram de internação até o momento têm entre 20 e 44 anos

Por: Júnior Batista & Da Redação &  -  06/04/20  -  22:34
Segundo especialista, o problema é que o jovem, de maneira geral, tem sensação de invulnerabilidade
Segundo especialista, o problema é que o jovem, de maneira geral, tem sensação de invulnerabilidade   Foto: Matheus Tagé/AT

Os jovens não estão imunes à Covid-19. A avaliação é do médico infectologista Evaldo Stanislau, que está numa das linhas de frente no combate à doença – ele, inclusive, está com suspeita de infecção pelo vírus e entrou em quarentena na quinta-feira (2).


Os dados surpreendem quem acredita que o novo coronavírus só atinge idosos. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 20% dos infectados que precisaram de internação até o momento têm entre 20 e 44 anos. E 12% desse grupo chegaram a ir à UTI.


Embora os números ainda não sejam conclusivos com relação à situação de cada um desses pacientes, o médico alerta que é preciso tomar muito cuidado. “Entre os que se infectaram até o momento, um quarto é jovem. Temos que observar daqui para a frente, pois há relatos tanto de jovens com condições clínicas e outros sem condições clínicas pré-existentes (ou seja, que não nem tinham doença que pudesse piorar o caso)”.


Comportamento


Segundo o especialista, o problema é que o jovem, de maneira geral, tem sensação de invulnerabilidade. “Em parte, a classe médica também acaba contribuindo para a imagem de que eles são onipotentes. Isso precisa ser desconstruído. Insistimos nos mais velhos e nas doenças crônicas, isso passa uma falsa sensação de segurança”, reconhece Stanislau. “É uma falsa realidade”, completa.


De acordo com ele, é preciso reconhecer os perigos da Covid-19 e ficar atento para não passá-la aos mais vulneráveis. “Mesmo que com poucos sintomas ou nenhum, (jovens) podem transmitir para pais, avós, tios... É preciso ter uma noção de cidadania e empatia”.


Evaldo Stanislau reforça que, entre os mais novos, há chance de piora no quadro quando o jovem tem algum distúrbio de imunidade, doença pulmonar e até obesidade. “Essa é uma doença severa que pode levar a quadros graves, mesmo que a pessoa não tenha uma doença de base”, conclui.


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