Governo do Estado pede estrutura conjunta em defesas civis da região
Secretário-chefe da Casa Militar participou de reunião do Condesb e defendeu unidade
O secretário-chefe da Casa Militar, coronel Walter Nyakas Júnior, pediu um melhor aparelhamento das defesas civis nas nove cidades da região. O oficial defendeu a adoção de uma estrutura padronizada nos municípios contra eventuais desastres e mecanismos para se antecipar às ocorrências.
O pedido ocorreu durante reunião ordinária do Conselho de Desenvolvimento da Baixada Santista (Condesb), na manhã de terça-feira (25), no Centro Histórico de Santos.
“Tentamos informar os prefeitos sobre a necessidade de investimentos locais, que não são apenas recursos humanos, mas em materiais. Vemos em municípios dificuldades de se atender ocorrência [por falta de estrutura]”, afirma Nyakas Júnior, que também coordena a Defesa Civil no Estado.
Caberá à câmara temática do Condesb, que trata do tema, criar um modelo padrão para os municípios. Custos e quais equipamentos necessários ainda serão debatidos no colegiado. “A estrutura local não é [deficitária], mas poderia melhorar. Buscamos aperfeiçoar o que já se tem”, continua.
Maior atenção
Nyakas Júnior indicou que a Baixada Santista aparece entre os 175 municípios paulistas que “demandam atenção maior pelas suas características topográficas [encostas e áreas passíveis a desmoronamento]”.
O oficial citou o exemplo da Região Metropolitana de Campinas, que há quase uma década mantém uma estrutura padronizada nas defesas civis nos 19 municípios daquela localidade. A unificação ocorreu após temporal ter deixado estragos e provocado a morte de seis pessoas. Assim, cada cidade recebeu uma viatura e estação de trabalho específica para o tema.
O convite para Nyakas Júnior participar da reunião de ontem partiu do presidente do Condesb e prefeito de Peruíbe, Luiz Maurício (PSDB). Em maio, fortes chuvas deixaram mais de 400 pessoas desalojadas na cidade do Litoral Sul.
“Peruíbe é prova viva dessa falta de estrutura [na Defesa Civil]. Naquele momento de grande complexidade, se viu que, se não houvesse ajuda do estado, haveria dificuldade maior para sair da grande crise”, afirma.
Apesar dos problemas enfrentados em Peruíbe, o titular da Casa Militar reconheceu que o trabalho realizado pelas defesas civis da região está a contento. Citou para isso o balanço das operações realizadas no estado durante o Plano Preventivo de Defesa Civil (PPDC) no verão – período de maior incidência de chuvas e, por isso, mais propício a desastres naturais.
Mortes pelo estado
Entre dezembro e março, 41 pessoas morreram em decorrência do volume de águas. “Nenhuma [morte foi] na Baixada Santista. Resultado das atividades desenvolvidas nas cidades. Também não houve nenhum deslizamento [de encostas], que mostra que o nosso plano preventivo funcionou”.
O subsecretário estadual de Assuntos Metropolitanos, Marcos Camargo Campagnone, destacou a necessidade de investimentos nas cidades para atuar nas consequências das mudanças climáticas. Citou o exemplo do Reino Unido, que tem investido mais em ações de defesas civis que em planejamento militar.